Exame Logo

CÂMBIO-Antes de eleição, dólar segue exterior e cai a R$1,68

Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 1o de outubro (Reuters) - O dólar caiu a 1,68 real nesta sexta-feira, estabelecendo um novo recorde de baixa dos últimos dois anos, com a manutenção da tendência global de desvalorização da moeda norte-americana. A moeda norte-americana caiu 0,65 por cento, para 1,681 real --menor patamar de fechamento desde 3 […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2010 às 13h43.

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 1o de outubro (Reuters) - O dólar caiu a 1,68
real nesta sexta-feira, estabelecendo um novo recorde de baixa
dos últimos dois anos, com a manutenção da tendência global de
desvalorização da moeda norte-americana.

A moeda norte-americana caiu 0,65 por cento, para
1,681 real --menor patamar de fechamento desde 3 de setembro de
2008. No ano, o dólar tem queda de 3,56 por cento.

No exterior, o euro subia 1,1 por cento às 16h30,
acima de 1,37 dólar. A maioria das moedas tem se fortalecido
ante o dólar por causa da expectativa de que o Federal Reserve
terá de adotar mais estímulos para a economia.

Dados sobre confiança, indústria e inflação divulgados
nesta sessão reforçaram essa tese. Integrantes do Fed, como
William Dudley e Charles Evans, também sinalizaram apoio a um
aumento da oferta monetária [ID:nN01104287] [ID:nN01292453].

Já na China, o índice oficial das fábricas subiu de 51,7
para 53,8 em setembro e a medida das manufaturas feita pelo
HSBC mostrou forte alta [ID:nN01177835].

No Brasil, a queda do dólar tem sido facilitada pela
ausência de novas medidas do governo contra a valorização do
real.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, vêm indicando a
possibilidade de compras de dólares pelo Fundo Soberano e mais
taxação sobre o capital estrangeiro, mas por ora a política se
restringe a dois leilões diários do BC no mercado.

O discurso das autoridades conseguiu sustentar o dólar
acima de 1,70 real na maior parte de setembro, apesar do
expressivo fluxo de dólares pela oferta de ações da Petrobras
. Mas, com a proximidade das eleições, o mercado
considerou improvável que mais medidas pudessem ser anunciadas
e abriu caminho para a queda do dólar.

"Ganhamos uma sobrevida, porque pode ter segundo turno.
Isso fez com que o mercado visse que, mesmo rompendo a barreira
de 1,70 real, o governo estava de mão atada", disse Tarcísio
Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.

Ao longo da semana, profissionais também atribuíram o
rompimento do piso de 1,70 real a uma antecipação de entradas
por conta de um eventual aumento da tributação sobre capital
estrangeiro, além da pressão provocada pelas posições vendidas
de mais de 16 bilhões de dólares dos estrangeiros nos mercados
futuros e de cupom cambial (DDI).

Nesta sessão, o volume de operações registradas na clearing
(câmara de compensação) da BM&FBovespa foi de 2,6 bilhões de
dólares até poucos minutos antes do fechamento. A média no mês
passado era de aproximadamente 3 bilhões de dólares.

(Edição de Daniela Machado)

Veja também

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 1o de outubro (Reuters) - O dólar caiu a 1,68
real nesta sexta-feira, estabelecendo um novo recorde de baixa
dos últimos dois anos, com a manutenção da tendência global de
desvalorização da moeda norte-americana.

A moeda norte-americana caiu 0,65 por cento, para
1,681 real --menor patamar de fechamento desde 3 de setembro de
2008. No ano, o dólar tem queda de 3,56 por cento.

No exterior, o euro subia 1,1 por cento às 16h30,
acima de 1,37 dólar. A maioria das moedas tem se fortalecido
ante o dólar por causa da expectativa de que o Federal Reserve
terá de adotar mais estímulos para a economia.

Dados sobre confiança, indústria e inflação divulgados
nesta sessão reforçaram essa tese. Integrantes do Fed, como
William Dudley e Charles Evans, também sinalizaram apoio a um
aumento da oferta monetária [ID:nN01104287] [ID:nN01292453].

Já na China, o índice oficial das fábricas subiu de 51,7
para 53,8 em setembro e a medida das manufaturas feita pelo
HSBC mostrou forte alta [ID:nN01177835].

No Brasil, a queda do dólar tem sido facilitada pela
ausência de novas medidas do governo contra a valorização do
real.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, vêm indicando a
possibilidade de compras de dólares pelo Fundo Soberano e mais
taxação sobre o capital estrangeiro, mas por ora a política se
restringe a dois leilões diários do BC no mercado.

O discurso das autoridades conseguiu sustentar o dólar
acima de 1,70 real na maior parte de setembro, apesar do
expressivo fluxo de dólares pela oferta de ações da Petrobras
. Mas, com a proximidade das eleições, o mercado
considerou improvável que mais medidas pudessem ser anunciadas
e abriu caminho para a queda do dólar.

"Ganhamos uma sobrevida, porque pode ter segundo turno.
Isso fez com que o mercado visse que, mesmo rompendo a barreira
de 1,70 real, o governo estava de mão atada", disse Tarcísio
Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.

Ao longo da semana, profissionais também atribuíram o
rompimento do piso de 1,70 real a uma antecipação de entradas
por conta de um eventual aumento da tributação sobre capital
estrangeiro, além da pressão provocada pelas posições vendidas
de mais de 16 bilhões de dólares dos estrangeiros nos mercados
futuros e de cupom cambial (DDI).

Nesta sessão, o volume de operações registradas na clearing
(câmara de compensação) da BM&FBovespa foi de 2,6 bilhões de
dólares até poucos minutos antes do fechamento. A média no mês
passado era de aproximadamente 3 bilhões de dólares.

(Edição de Daniela Machado)

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame