São Paulo - Volatilidade e giro discreto de negócios marcaram a sessão pré-Carnaval da Bovespa, em meio a novos sinais de recuperação dos Estados Unidos ofuscados por nova escalada do petróleo com a piora dos conflitos na Líbia.

Após abertura positiva e reversão para baixo, o Ibovespa reduziu as perdas nos minutos finais, até fechar desvalorizado em 0,2 por cento, aos 68.012 pontos. Na semana, o índice teve alta de quase 1,7 por cento. O giro financeiro da sessão ficou em 5,73 bilhões de reais.

"Estamos com um cenário que oscila rapidamente entre otimismo e pessimismo", resumiu Miguel Daoud, sócio da consultoria Global Financial Advisor.

O movimento desta sexta-feira refletiu esse cenário. Logo pela manhã, um dado mostrou que foram criados 192 mil empregos nos EUA em fevereiro, o que derrubou a taxa de desemprego do país para 8,9 por cento, a menor desde abril de 2009.

Ao longo do dia, porém, o otimismo com essa notícia foi sendo minado pelo avanço do preço do petróleo, que bateu nova máxima desde setembro de 2008. Os principais índices de Wall Street fecharam no vermelho.

Na bolsa paulista, diante do recesso mais longo à frente, investidores resolveram realizar lucros com ações que subiram forte nas últimas sessões, derrubando papéis de companhias de mineração, de telefonia e de construção civil.

Cyrela Brazil Realty caiu 3,64 por cento, a 15,90 reais. Entre as produtoras de aço, Gerdau cedeu 2,2 por cento, a 22,25 reais. O papel preferencial da blue chip Vale perdeu 1,11 por cento, a 49,05 reais.

Em contrapartida, as gigantes Petrobras e OGX subiram na esteira do petróleo. O papel preferencial da estatal ganhou 0,41 por cento, a 29,08 reais, enquanto a companhia do grupo EBX viu sua ação ordinária subir 1 por cento, a 20,25 reais.

Na semana que vem, com os negócios na Bovespa sendo retomados apenas às 13h de quarta-feira, o foco será a ata do Copom, na próxima quinta-feira, que trará detalhes sobre os motivos que levaram o Banco Central a elevar a Selic em 0,5 ponto.