Ibovespa mantém descolamento de Wall Street e cai pelo 3o dia

São Paulo - O principal índice das ações brasileiras operava em queda pelo terceiro dia seguido nesta sexta-feira, com desempenho ruim dos papéis dos setores financeiro e de consumo.

Às 12h13, o Ibovespa <.BVSP> recuava 0,72 por cento, a 67.558 pontos. O giro financeiro do pregão era de 1,03 bilhão de reais. Na véspera, o índice recuou 0,96 por cento, para o menor patamar de fechamento em um mês.

No mesmo horário, os índices futuros em Wall Street indicavam uma abertura perto da estabilidade no mercado norte-americano --evidenciando o descolamento entre as bolsas nos últimos dias, com desempenho pior para o Brasil.

Analistas têm apontado que um dos fatores para o atraso nas ações locais é a incerteza sobre a magnitude do aperto monetário e sobre as medidas prudenciais que ainda serão adotadas pelo governo para frear a inflação. As dúvidas interferem nas ações de bancos e de varejo, mais dependentes do cenário para o crédito no país.

"É uma tendência que está acontecendo desde o ano passado", disse Fernanda Camino, economista da XP Investimentos. "Essa questão de aumentar juro, essa possibildade de haver novas medidas macroprudenciais, essa sinuca de bico em que está o Banco Central, que precisa elevar o juro mas não quer que o real se valorize ainda mais --isso prejudica o crescimento da economia."

"Brasil, China e todos esses países emrgentes que aumentaram o juro estão na contramão dos países desenvolvidos. Os investidores foram para os países emergentes em 2010 e agora, com uma recuperação à vista da economia norte-americana e com uma preocupação mais aliviada em relação à Europa, estão voltando", acrescentou.

Lojas Americanas caía 1,4 por cento, a 14,08 reais, Bradesco tinha queda de 1,59 por cento, a 31,52 reais, e Banco do Brasil exibia baixa de 1,77 por cento, a 10,45 reais.

Dentre os setores afetados pela demanda interna, as ações de construtoras eram poupadas nesta sexta-feira, após acumularem perda de 6,18 por cento na semana segundo o índice imobiliário <.IMOB> da BM&FBovespa.

No lado positivo, as ações ordinárias da Usiminas se destacavam com alta de 3,17 por cento, a 22,77 reais. Na véspera, a concorrente CSN anunciou que avalia "alternativas estratégicas" para investimento na Usiminas, que superou 5 por cento das ações ON.