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Bovespa fecha em alta de 0,48% aos 71.904,77 pontos

Por Sueli Campo São Paulo - O mercado de ações reagiu com moderação ao fim do suspense sobre o plano do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de comprar US$ 600 bilhões de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) de longo prazo para estimular a economia. A Bovespa se manteve em alta moderada seguindo movimentação […]

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2010 às 17h40.

Por Sueli Campo

São Paulo - O mercado de ações reagiu com moderação ao fim do suspense sobre o plano do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de comprar US$ 600 bilhões de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) de longo prazo para estimular a economia. A Bovespa se manteve em alta moderada seguindo movimentação das Bolsas em Nova York, que se mantiveram em baixa num primeiro momento mas depois viraram para o lado positivo. O Ibovespa fechou com valorização de 0,48%, aos 71.904,77 pontos, tendo como suporte a valorização das ações de Petrobras e dos bancos. No entanto, faltou fôlego à Bolsa para buscar novamente a marca de 72 mil pontos alcançada na parte da manhã, quando subiu 0,77% (72.110 pontos).

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O mercado está dividido em relação ao pacote de ajuda do Fed de US$ 600 bilhões até o segundo trimestre do próximo ano, embora tenha superado levemente as estimativas dos analistas, que trabalhavam com um valor mais próximo de US$ 500 bilhões nos últimos dias. Há duas leituras para essa nova rodada de afrouxamento quantitativo nos EUA. Uma, positiva, é de que um pacote dessa magnitude era necessário para reforçar a recuperação da economia. No comunicado que se seguiu à decisão de manter a taxa de juro inalterada na faixa entre zero e 0,25%, o Fed reconheceu que o ritmo de recuperação na produção e no emprego segue lento.

Por outro lado, analistas ponderam que se dois anos depois da crise financeira ainda é preciso injetar uma quantidade de recursos desse calibre na economia é porque a situação é muito ruim. Sem falar na leitura de que essa emissão de dinheiro representa, no longo prazo, um aumento do endividamento do Estado e a possibilidade grande de gerar inflação.

Assim, a avaliação é de que o quadro ainda é de muita volatilidade até o mercado assimilar essa decisão e ver como outras economias importantes, caso da União Europeia, Inglaterra e Japão vão se portar. Amanhã, o BCE e o BC inglês anunciam suas decisões de política monetária, e na sexta-feira é a vez do Japão.

"O impacto dessa notícia nos negócios deve ser melhor dimensionado daqui a três a quatro dias. A decisão do Fed ainda vai rodar no mercado asiático. Posições maiores geralmente são montadas com prazo mais longo de maturação, prevendo todas as possibilidades", afirma o economista-chefe da Legan Asset Management, Fausto Gouveia.

Perto do fechamento, as ações de Petrobras aceleraram os ganhos, o que impulsionou o índice à vista. As preferenciais da estatal subiram 2,47% e as ordinárias avançaram 1,17%, movimentando R$ 1,2 bilhão, o que contribuiu positivamente para o giro financeiro total da Bolsa de R$ 7,253 bilhões. Os papéis, além de estarem muito defasados em relação ao Ibovespa, reagem às perspectivas de aumento das reservas de óleo e gás no País. Operadores dizem ainda que essa alta também reflete o alívio após o pronunciamento da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), que prometeu manter a política cambial e monetária, e maior rigor fiscal.

As ações do Santander foram o principal destaque positivo do Ibovespa, com valorização de 3,73%, influenciadas não apenas pelo reposicionamento de carteira do setor no curto prazo como também pela demanda maior do que o prevista na reabertura de bônus com vencimento em 2015, emitidos no final de março. Segundo fonte próxima à transação, o Santander conseguiu levantar mais US$ 350 milhões desses papéis.

Já as preferenciais do maior banco privado do País, Itaú Unibanco, inverteram a direção e fecharam em baixa de 0,31%, após o banco ter anunciado pela manhã lucro líquido de R$ 3,034 bilhões no terceiro trimestre, queda de 4,1% ante igual período de 2009. Embora tenha apresentado lucro superior ao do seu principal concorrente, o Bradesco (R$ 2,527 bilhões no mesmo trimestre), o resultado ficou um pouco abaixo da média das estimativas de oito instituições financeiras consultadas pela Agência Estado, que era de R$ 3,334 bilhões. Bradesco PN teve ganho de 1,36% e Banco do Brasil ON subiu 1,28%.

A queda das ações da Vale segurou uma evolução mais favorável da Bolsa. Vale PNA recuou 0,21% e a ON cedeu 1,09%.

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