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Bovespa abre em baixa em dia de noticiário intenso

Por Olívia Bulla São Paulo - O intenso noticiário econômico ao redor do mundo nas últimas horas garantiu a abertura em baixa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No Brasil, a nova elevação na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro aplicado em renda fixa pode não ter efeito […]

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 10h08.

Por Olívia Bulla

São Paulo - O intenso noticiário econômico ao redor do mundo nas últimas horas garantiu a abertura em baixa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No Brasil, a nova elevação na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro aplicado em renda fixa pode não ter efeito prático sobre a renda variável, mas tende a pressionar as ações do setor financeiro. No exterior, a China surpreendeu hoje ao elevar as taxas de juros pela primeira vez desde 2007, o que depreciou as commodities (matérias-primas), aumentando o risco de desvalorização dos papéis das empresas brasileiras exportadoras de matéria-prima. Às 11h05 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) caía 1,15%, aos 70.910 pontos.

A Bovespa já estava fechada ontem quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, pela segunda vez em duas semanas, o aumento da alíquota do IOF sobre investimentos externos em renda fixa - desta vez, de 4% para 6%. A novidade foi a elevação do imposto para o recolhimento de margem na BM&FBovespa, dos atuais 0,38% para 6%.

Para analistas, a nova medida tende a manter as ações de bancos e da própria BM&FBovespa pressionadas. Mas o gerente de análise do Modal Asset, Eduardo Roche, ressalta que o impacto vai depender do efeito da medida sobre o real e descarta a migração "em massa" do investidor de renda fixa para a renda variável. "O foco do investidor é diferente", explica.

Ainda no Brasil, a corrida eleitoral segue no foco e as ações de empresas estatais devem reagir em baixa ao aumento da vantagem da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, sobre o adversário José Serra (PSBD), segundo pesquisa Vox Populi/iG, divulgada hoje. No levantamento, a petista tem 51% das intenções de voto contra 39% do tucano. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto porcentual para mais ou para menos. Segundo analistas, as ações da Eletrobras, do Banco do Brasil e de outras companhias federais têm se beneficiado de qualquer melhora de desempenho de Serra entre as intenções de voto, diante de perspectivas de melhora na gestão.

As ações de primeira linha ligadas às commodities também devem ter um desempenho fraco hoje, por causa da China. O gigante emergente surpreendeu o mundo ao anunciar a elevação das taxas de depósito e de empréstimo em 0,25 ponto porcentual pela primeira vez desde dezembro de 2007, em uma demonstração mais forte dos esforços de Pequim para desacelerar o vertiginoso crescimento econômico e conter as pressões inflacionárias. "Surpreende porque a China fez uso de mecanismos monetários, reforçando a preocupação do governo com a inflação", avalia o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset.

Nos EUA, os resultados financeiros anunciados por três grandes bancos norte-americanos hoje foram positivos, mas insuficientes para retirar os índices futuros de Nova York do vermelho. O mesmo ocorreu com o inesperado aumento na construção de moradias iniciadas em setembro, de 0,3%, ante previsão de queda de 4,2%.

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