Bolsas europeias fecham em alta após leilão de Portugal

Por Gustavo Nicoletta

Londres - As bolsas da Europa fecharam em alta, após Portugal ter conseguido levantar capital no mercado internacional, o que reduziu a preocupação dos investidores com a capacidade das pequenas economias europeias para obter financiamento e honrar dívidas.

Portugal ofertou um total de aproximadamente 1,25 bilhão de euros em bônus soberanos, divididos em duas partes - uma de 650 milhões de euros em títulos com vencimento em 2014 e a outra de 599 milhões de euros em títulos com vencimento em 2020.

"No fim das contas, (o leilão) não ficou longe do sucesso, registrando boa demanda, um volume amplo de vendas e taxas menores para os títulos de 10 anos", disse Jean Francois Robin, estrategista do Natixis em Paris. "Isso mostra que a demanda está lá e, enquanto houver demanda, não haverá um default", acrescentou.

O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 3,81 pontos, ou 1,35%, para 285,79 pontos. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, avançou 36,69 pontos, ou 0,61%, para 6.050,72 pontos. Em Paris, o índice CAC 40 fechou em alta de 83,15 pontos, ou 2,15%, a 3.945,07 pontos. O Xetra DAX, da Bolsa de Frankfurt, teve ganho de 127,21 pontos, ou 1,83%, para 7.068,78 pontos.

O avanço mais significativo, no entanto, ocorreu nos mercados de ações de países que solicitaram auxílio financeiro ou que são considerados prováveis candidatos a receber pacotes de resgate. Na Bolsa de Atenas, o índice ASE fechou em alta de 68,68 pontos, ou 5,02%, a 1.438,03 pontos. Em Madri, o IBEX subiu 519 pontos, ou 5,42%, para 10.101,20 pontos. Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB teve ganho de 777,34 pontos, ou 3,82%, para 21.116,39 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 avançou 193,34 pontos, ou 2,59%, para 7.653,96 pontos.

Os bancos foram os principais responsáveis pelo avanço desses índices. Fecharam em alta significativa National Bank of Greece (+8,0%), Banco Santander (+9,56%), BBVA (+9,89%), UniCredito (+9,68%) e Intesa Sanpaolo (+10,32%). "Foi um daqueles dias em que uma onda de euforia passou pelo mercado", disse Justin Urquhart Stewart, cofundador da Seven Investment Management.

Apesar disso, Oliver Gilvarry, diretor de pesquisas da Dolmen Stockbrokers, disse que os problemas das economias endividadas da zona do euro persistem. "Portugal está pagando 4% em sua dívida de dois anos enquanto o crescimento deste ano deve ser negativo. Isso é insustentável", avaliou.

Entre as ações que recuaram nesta quarta-feira, as da Lafarge recuaram 1,32% após a companhia ter sua recomendação rebaixada para "neutra" pelo Credit Suisse. As informações são da Dow Jones.