Bolsas de NY fecham em alta após renúncia de Mubarak

Por Gustavo Nicoletta

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em alta, impulsionados por dados positivos sobre a confiança do consumidor norte-americano e pela renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, após 18 dias de protestos contra seu governo. "O mercado ficou empolgado com o fato de estarmos próximos de uma resolução", disse Burt White, executivo-chefe de investimentos da LPL Financial.

Investidores destacaram que nem todas as incertezas sobre o futuro do Egito foram sanadas. "Ainda não ficou claro quem ficará no poder, qual será a cara do regime", disse Don Montanaro, presidente e executivo-chefe da TradeKing. Ele acrescentou que o mercado ainda espera detalhes relacionados a isso.

Montanaro afirmou também que os investidores que utilizam a plataforma de negociações de sua companhia "estão apostando no avanço dos preços com mais ênfase do que nos trimestres anteriores". Segundo ele, mais contas estão sendo abertas e "estamos simplesmente vendo o entusiasmo crescer gradualmente".

O Dow Jones subiu 43,97 pontos, ou 0,36%, para 12.273,26 pontos, maior nível de fechamento desde 13 de junho de 2008. O Nasdaq avançou 18,99 pontos, ou 0,68%, para 2.809,44 pontos, e encerrou o dia no nível mais alto desde 6 de novembro de 2007. O S&P-500 teve alta de 7,28 pontos, ou 0,55%, para 1.329,15 pontos, seu maior fechamento desde 19 de junho de 2008.

Na semana, os três índices acumularam ganhos, o mais acentuado deles registrado pelo Dow Jones (+1,50%). Nasdaq subiu 1,45% e S&P 500 avançou 1,39%.

As ações de instituições financeiras estavam entre os destaques da sessão, puxadas pelo avanço nos papéis de seguradoras de hipotecas após o governo norte-americano divulgar uma proposta para reduzir o tamanho da Administração Federal de Habitação, órgão estatal que compete com essas empresas. A Genworth Financial fechou em alta de 4,38%, a MGIC Investment teve ganho de 9,60% e o PMI Group subiu 2,77%.

Entre as montadoras, a Ford Motor avançou 2,70% depois de anunciar que vai reduzir suas dívidas em US$ 3 bilhões.

Dados divulgados mais cedo mostraram que o déficit comercial dos EUA cresceu em dezembro e em 2010 teve seu maior aumento em termos porcentuais nos últimos 10 anos. O índice de sentimento do consumidor medido pela Reuters e pela Universidade de Michigan subiu para 75,1 em fevereiro, enquanto analistas consultados pela Dow Jones esperavam uma leitura de 75,1. As informações são da Dow Jones.