Mercados

Após 3 quedas seguidas, dólar fecha em alta

Moeda americana terminou a segunda-feira cotada em R$3,73 - alta de 0,53% ante o real

Nas três sessões anteriores, a divisa norte-americana acumulou queda de 4,15% (Ricardo Moraes/Reuters)

Nas três sessões anteriores, a divisa norte-americana acumulou queda de 4,15% (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 17h25.

Última atualização em 7 de janeiro de 2019 às 19h00.

São Paulo - O dólar interrompeu uma sequência de cinco quedas consecutivas e encerrou o primeiro pregão da semana, nesta segunda-feira, 7, em alta de 0,45%, a R$ 3,7348, indo na contramão de outras moedas de países emergentes. Pela manhã, a moeda americana chegou a ser negociada abaixo dos R$ 3,70, seguindo a fraqueza da divisa no exterior, mas à tarde reverteu a tendência de baixa, com os investidores fazendo um esperado movimento de ajuste após a queda acumulada de 4,06% somente na primeira semana de 2019. Operadores destacam também que houve um fluxo de saída na parte da tarde, o que ajudou a pressionar o câmbio.

O cenário externo favorável, aliado a um renovado otimismo com o governo de Jair Bolsonaro após sua posse, tem ajudado o câmbio, mas informações desencontradas sobre pontos importantes, como a reforma da Previdência, têm feito o investidor aumentar o tom de cautela. Uma mostra disso é que os estrangeiros reforçaram a posição comprada em dólar (que ganha com a alta da moeda) nos últimos dias. A posição aumentou US$ 1,7 bilhão somente nas três primeiras sessões do ano, segundo dados da B3, que vão até o pregão de sexta-feira (4), considerando o dólar futuro e cupom cambial. O estoque total da posição estava comprado em US$ 33,273 bilhões na sexta-feira, ante US$ 31,512 bilhões da primeira sessão de 2019.

A analista de moedas do Commerzbank, Thu Lan Nguyen, destaca que o real teve um forte começo de ano, com o discurso liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, sendo bem recebido pelos investidores internacionais, sobretudo ao mostrar a intenção de buscar disciplina fiscal. Mas ela alerta para o risco desse otimismo ser "prematuro", na medida em que têm havido informações desencontradas dentro do governo, com Jair Bolsonaro declarando que pode apoiar uma versão mais diluída da reforma da Previdência, enquanto Guedes quer um texto mais profundo. As declarações reavivam temores de antes das eleições, de se Bolsonaro apoiaria de fato as propostas de Guedes, destaca ela em relatório. Por isso, o rali do real visto nos primeiros dias do ano pode não ser sustentável.

Para o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, o dólar pode ficar na casa dos R$ 3,70 a R$ 3,75 nos próximos dias, na falta de maiores notícias, mas pode cair para o nível de R$ 3,65 caso Bolsonaro e sua equipe consigam mostrar maior unidade no discurso econômico. No exterior, ele observa que o dólar tem mostrado fraqueza, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, minimizar na sexta-feira o risco de recessão na maior economia do mundo e afirmar que será "paciente" ao subir juros e que não há pressão

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólar

Mais de Mercados

Ternium x CSN: Em disputa no STF, CVM reforça que não houve troca de controle na Usiminas

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida