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Segurança, nuvem e automação: tendências da tecnologia para 2023

As prioridades da transformação digital estão mudando e, definitivamente, não deverão ser as mesmas em 2023

 (Red Hat/Divulgação)

(Red Hat/Divulgação)

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Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 07h30.

Última atualização em 12 de dezembro de 2022 às 08h57.

As prioridades da transformação digital estão mudando e, definitivamente, não deverão ser as mesmas em 2023. Embora não estejamos observando alterações significativas nas jornadas das empresas rumo à digitalização, a inovação segue sendo um imperativo na busca de diferenciação, e com razão. Contudo, e apesar de sua grande importância, não se compara com a busca crescente por segurança. Reduzir o risco oriundo do crescente uso da tecnologia da informação passou a ser prioridade máxima na maioria das empresas.

O cenário é de atenção total para os riscos e construção de uma resistência confiável a intempéries digitais. Um levantamento feito pelo Centro do Fórum Econômico Mundial para Segurança Cibernética sobre os desafios atuais com líderes em segurança cibernética em 20 países mostra que 84% deles compartilham que a resiliência cibernética é considerada uma prioridade de negócios em sua organização.

Não é por acaso que, para 2023, a segurança apareça como principal prioridade de financiamento de TI em todas as regiões e em quase todos os setores, como mostram os resultados da pesquisa Global Tech Outlook feita pela Red Hat. Dos mais de 1,7 mil líderes de tecnologia da informação (TI) atuantes em empresas com receita acima de US$ 100 milhões ouvidos em todo o mundo, 44% apontam esse quesito como uma das três prioridades de financiamento mais importantes — 8 pontos acima da segunda prioridade mais alta, a infraestrutura de nuvem.

A segurança da rede (40%) e a segurança da nuvem (38%) foram as principais prioridades indicadas, seguidas pelo gerenciamento de riscos de terceiros ou da cadeia de suprimentos (12%). O levantamento mostra que a segurança também aparece no topo da lista em muitas outras categorias, em paralelo a uma forte preocupação a respeito da qualidade e do grau de lisura dos dados.

Segurança na nuvem, automação e integridade de dados em alta 

A segurança na nuvem foi apontada como a principal prioridade da infraestrutura em nuvem (42%). A segurança e a integridade dos dados ocupam o topo da lista para o financiamento da análise (45%), superando a inteligência artificial (IA)/ aprendizado de máquina (ML). A automação de segurança (35%) ultrapassou a automação de serviços em nuvem (33%) e a automação de rede (30%) como a prioridade fundamental de automação. Estes insights vão ao encontro da expectativa de que ataques de integridade de dados por insiders descontentes deverão afetar governos pelo mundo, incluindo pelo menos um do G20, como prevê análise da Forrester.

Essas perspectivas também estão em consonância com a visão do Gartner, que em sua pesquisa Top Strategic Technology Trends 2023 sinaliza como prioridade na alavancagem de tecnólogos e líderes empresariais nos próximos 36 meses o que chama de “sistema imunológico digital”. Essa tendência é seguida por outras inclinações previstas para o ano que vem, como observabilidade aplicada e gerenciamento de confiança, risco e segurança via IA, além das plataformas de nuvem industriais.

A IA ainda é uma forte tendência segundo uma pesquisa com mais de 1,2 mil consultores de tecnologia feita pela consultoria BearingPoint. Por ser uma tecnologia-chave para habilitar a automação da confiança por meio de plataformas de checagem e autenticação, ela permite alcançar um novo nível de segurança na identificação de identidades e, portanto, viabiliza patamares diferenciados de interações, como sugere recente artigo publicado pelo Labs da PwC. Em vista desses atributos e vantagens, os investimentos em IA e automação estão na vanguarda da transformação digital corporativa e são vistos como um deflator digital que pode combater o impacto da inflação e garantir o futuro dos negócios, segundo o IDC.

Lacunas de talentos

De forma geral, a automação é vista como o alicerce emergente para sustentar e aprimorar as operações de linha de base e, como apontado pelo relatório Tech Trends da Deloitte, capacitar profissionais a subir na cadeia de valor e investir seu tempo resolvendo problemas cada vez mais valiosos. Um ponto de apoio importante para o desafio mais comum que as empresas estão enfrentando na transformação digital: as lacunas de talentos e habilidades, vistas como a principal barreira para a evolução das empresas nessa jornada.

Com um foco cada vez maior em automação de TI, segurança e IA/ML, os líderes de TI estão preocupados com o fato de que o progresso nessas importantes iniciativas pode ser paralisado sem as habilidades e o talento adequados. A cultura organizacional, as pessoas e os processos são tão essenciais para o sucesso da transformação digital quanto a tecnologia.

Para superar este gap, a pesquisa da Red Hat revelou que 37% dos entrevistados escolheram tanto a estratégia de transformação digital quanto o treinamento de habilidades técnicas/tecnológicas entre as prioridades de financiamento fora da TI. O treinamento de habilidades de pessoas/processos ficou em terceiro lugar (30%), com contratação e retenção logo atrás (28%). Todas as principais prioridades de financiamento não relacionadas à TI para 23 envolvem qualificação e pessoas, possivelmente abordando as condições de mercado em evolução, e pressionando as empresas a serem mais criativas não só para definir estratégias e prioridades mas também para recrutar, reter e requalificar.

O próximo ano promete ser um drive que guiará a forte tendência de mudança de prioridades da transformação digital desde a inovação até a cibersegurança. O sucesso na aceleração da jornada diante das perspectivas dependerá da velocidade de endereçamento da janela de talentos e de uma mudança de mentalidade. Na construção desse futuro volátil e ágil, mas com direção certeira, o open source será fundamental. Sua essência aberta e colaborativa permite não só a oferta de soluções capazes de atender as principais prioridades do mercado, levando à entornos mais inovadores ao mesmo tempo que seguros e protegidos,

Um levantamento realizado pela Red Hat com cerca de 1,3 mil líderes de TI em todo o mundo identificou que 89% deles consideram os softwares empresariais de código aberto tão ou mais seguros que os proprietários. Isso se deve não só ao fato de poderem implementar códigos já testados, mas a toda a base de segurança que as soluções oferecem e às rápidas respostas para corrigir vulnerabilidades. Ou seja, dos ambientes on-premise às nuvens, a tecnologia open source estabelece um conjunto sólido de sistemas, soluções e estratégias de segurança para ajudar a proteger os importantes dados digitais da companhia, atuando como uma vacina potente contra brechas e ataques, e possibilitando um avanço eficaz rumo a um futuro promissor.

*Gilson Magalhães é presidente da Red Hat Brasil

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