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Edge computing: mudando o hoje para transformar o amanhã

Levantamento do Internet Data Center indica que, em 2021, o volume de dados circulando no mundo ultrapassou os 40 Zettabytes

Paulo Bonucci, vice-presidente e general manager da Red Hat para América Latina (Red Hat/Divulgação)

Paulo Bonucci, vice-presidente e general manager da Red Hat para América Latina (Red Hat/Divulgação)

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Publicado em 29 de setembro de 2021 às 09h00.

O desenvolvimento de serviços e produtos que beneficiem e melhorem a qualidade de vida, proporcionando acesso a direitos básicos, deveria ser uma meta de todos. Criar cidades e comunidades sustentáveis faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em um pacto global para buscar um mundo melhor, alcançando essas metas até 2030. Entre as diversas ferramentas e soluções empregadas para chegar a esses objetivos, a tecnologia aparece como pilar fundamental, ajudando a apoiar muitas inovações capazes de transformar o dia a dia e contribuir com um planeta muito mais verde, conectado e inclusivo.

No vasto universo de possibilidades, um dos principais avanços tecnológicos que tem impulsionado esse pensamento é a edge computing, ou computação de borda, em tradução para o português. Hoje geramos mais dados do que nunca. Levantamento do Internet Data Center indica que, em 2021, o volume de dados circulando no mundo ultrapassou os 40 Zettabytes. Neste ano, de acordo com o Gartner, serão mais de 6,2 bilhões de smartphones, laptops, desktops e tablets em uso globalmente. Lidar com todas essas informações, processando os dados, extraindo valor deles e entregando conexões efetivas e melhorias contínuas – sem abdicar da privacidade e segurança, e otimizando custos – é o principal desafio e o maior objetivo da tecnologia para os próximos anos.

Especialmente no universo corporativo, até 2025, 75% dos dados gerados pelas empresas serão criados e processados na edge – fora de um data center centralizado tradicional ou em nuvem, seja ela pública, privada ou híbrida –, o que representa um aumento em relação aos 10% vistos em 2018. A expectativa é que mais de 15 bilhões de dispositivos Internet das Coisas (IoT) se conectem à infraestrutura corporativa até 2029. A edge computing permite que qualquer organização use e distribua um conjunto comum de recursos em muitos locais, inovando e oferecendo um impacto positivo não só para os negócios, mas principalmente para a sociedade.

Baixa latência e alta disponibilidade

Se para as empresas e provedores de serviços a edge significa aplicativos de baixa latência e alta disponibilidade com monitoramento em tempo real, para os usuários é sinônimo de uma experiência mais rápida e consistente. Além de limitar falhas, inclui a capacidade de conduzir análises e agregação de big data, o que permite a tomada de decisões praticamente em tempo real, em consonância com práticas de segurança e atendendo às políticas regulatórias.

Essa realidade possibilita a geração de benefícios em diversas áreas do mercado, dentro das indústrias e fora delas, melhorando a saúde, a educação, o desenvolvimento de cidades inteligentes, entre outras funcionalidades. Impulsionada por tecnologias provenientes do open source, a edge computing ganha ainda mais força para ampliar a inovação, a colaboração e construir o hoje para transformar o amanhã.

Saúde a um toque

A computação de borda traz uma solução nova e econômica que viabiliza a telemedicina, formato para atenção médica a pacientes situados em locais distantes. Processando os dados no local onde são gerados, em dispositivos, sensores ou redes na clínica, hospital ou mesmo diretamente em dispositivos de pacientes fora dos ambientes clínicos, a edge possibilita acelerar os atendimentos, além de integrar os dados de uma maneira muito mais segura. Como resultado, os profissionais de saúde podem diagnosticar e começar a tratar doenças mais rapidamente, ampliando a chance de cura das pessoas atendidas.

A IoT, inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina (ML) estão transformando a tomada de decisões clínicas com análises inteligentes de saúde. A perspectiva é que as visitas de telemedicina irão continuar crescendo cerca de 40% ao ano até 2025 só nos Estados Unidos, de acordo com a Frost & Sullivan. O investimento em saúde virtual continua acelerando: segundo um levantamento feito pela McKinsey, a aplicação total de capital de risco no espaço digital de saúde no primeiro semestre de 2021 totalizou US$ 14,7 bilhões, o que é mais do que todo o investimento em 2020 (US$ 14,6 bilhões) e quase o dobro do investimento em 2019 (US$ 7,7 bilhões).

Eficiência operacional progressiva na educação

As escolas e outros ambientes educativos estão utilizando cada vez mais os sensores IoT e as etiquetas de identificação por radiofrequência (RFID) em rede para monitorizar a atividade de aprendizagem dos estudantes. Neste sentido, a edge computing será a base fundamental para habilitar a tecnologia 5G em sua potência máxima. Assim, irá proporcionar a largura de banda de latência ultrabaixa necessária para que os dispositivos possam operar de maneira confiável. A expectativa é de que o investimento total em tecnologia de educação irá alcançar os US$ 342 milhões globalmente até 2025, com uma impressionante taxa anual composta de cerca de 12% de crescimento até 2030, segundo previsão do Barclays Research Centre.

O upgrade tecnológico da educação é essencial para manter uma conexão estreita entre professores e alunos, principalmente quando falamos de jovens da geração Alfa (crianças nascidas a partir de 2010) e da geração Z ou Centennial (pessoas nascidas entre 1995 e 2010). Para eles a tecnologia não é apenas um meio, mas um fim, já que nasceram absolutamente imersos em tecnologia e viciados em dispositivos que permitem ter o mundo ao alcance de um clique. Entregar informação rápida, na palma da mão, é importante para mantê-los engajados com a aprendizagem, que vai ganhar cada vez mais funcionalidades e formas mais inovadoras.

Gerindo cidades de forma mais inteligente

Dentro das cidades, os limites da computação de borda são praticamente inexistentes. Unindo suas forças a outras tecnologias emergentes, a edge possibilita a prevenção de fenômenos naturais, como enchentes, além de contribuir para o controle da segurança, por meio de câmeras de monitoramento. Em um futuro no qual 68% da população mundial deverá viver em centros urbanos, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a computação de borda aparece como a melhor solução para enfrentar e solucionar desafios sem precedentes para administrações públicas e privadas.

Como os medidores inteligentes podem ser usados ​​para gerenciar o uso doméstico de energia, os dispositivos de borda podem ser usados ​​para gerenciar vários aspectos básicos de infraestrutura de uma cidade. As smart cities, por exemplo, já são uma realidade, inclusive no Brasil. São José dos Campos, no interior de São Paulo, foi o primeiro município do país certificado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) como Cidade Inteligente, de acordo com três normas internacionais NBR ISO (International Organization for Standardization) no início deste ano.

Mobilidade otimizada

Em termos de mobilidade urbana, dispositivos de edge instalados em semáforos, por exemplo, podem ajudar a gerenciar o fluxo de tráfego por meio das tecnologias de IA e ML. Com os faróis de trânsito dotados de um grau importante de autonomia, é possível identificar e resolver problemas rotineiros praticamente em tempo real, como decidir se uma via deve ser ou não fechada ou mudar a fase dos semáforos para aliviar o congestionamento. Isso sem contar a possibilidade de implementar ações inteligentes para facilitar a travessia de pessoas com mobilidade reduzida.

Veículos conectados são outro exemplo comum de edge computing. Ônibus e trens já embarcam computadores para rastrear o fluxo de passageiros e a entrega de serviços. Os motoristas também conseguem encontrar as rotas mais eficientes com a tecnologia a bordo de seus automóveis. Um passo adiante são os veículos autônomos, que processam os dados do sensor a bordo do veículo para reduzir a latência. Até 2035, espera-se que mais de 12 milhões de veículos totalmente autônomos, e 18 milhões parcialmente autônomos, sejam vendidos por ano em todo o mundo, prevê o BCG.

Esses são apenas alguns exemplos de como a ampliação da nuvem híbrida aberta até as fontes de dados e os usuários finais, habilitada pela edge computing, é uma estratégia eficaz para entregar insights e experiências no momento mais decisivo e oportuno. Se queremos continuar transformando nosso dia a dia para alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável, delineando um futuro disruptivo, a computação de borda será nossa principal aliada nessa jornada.

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