Assaí troca CFO e traz Vitor Fagá, ex-CEO do Sam's Club
Executivo saiu do grupo Carrefour em janeiro, com o clube de vendas sendo integrado à unidade de varejo; antes, foi CFO do BIG e do GPA
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 13 de março de 2024 às 22:18.
Última atualização em 14 de março de 2024 às 10:50.
O grupo de atacarejo Assaí surpreendeu na noite desta quarta-feira, ao anunciar a saída da CFO Daniela Sabbag — prata da casa — e a chegada de Vitor Fagá de Almeida, ex-Sam’s Club.
No fim de janeiro, o Grupo Carrefour anunciou a saída de Fagá e a integração das operações do Sam’s Club à unidade de varejo, numa série de mudanças para tentar reorganizar a casa após a integração do grupo BIG, comprado em 2021. No BIG, Fagá foi CFO – cargo que também ocupou no GPA.
Com uma carreira de quase 20 anos no GPA, onde foi diretora de relações com investidores e de M&As, Sabbag assumiu a diretoria financeira da Assaí, em 2019. Por lá, Sabbag liderou o processo de cisão do Assaí do GPA e o IPO da rede de atacarejo em 2021, bem como vivenciou a saída do Casino da base acionária da empresa.
Depois de um extenso plano de expansão física com a compra de 66 lojas de hipermercado do Extra, do GPA, o Assaí viu sua alavancagem aumentar com o alto investimento na conversão das lojas.
Mas a aposta vem se mostrando acertada, com crescimento importante de vendas. Considerando as 47 lojas convertidas em 2022 e que possuem, em média, mais de 12 meses de operação, a venda média mensal por loja chegou a R$ 28 milhões, com uma margem EBITDA de 5,6%.
Além disso, as lojas alcançaram um múltiplo de 3x o que vendiam como hipermercado, atingindo a projeção do Assaí à época da aquisição.
Os números do quarto trimestre de 2023 surpreenderam o mercado positivamente. No período, as vendas em mesmas lojas cresceram 2,9%, um número relevante considerando uma base de comparação forte — um ano antes, as vendas em mesmas lojas tinham crescido 10%.
A melhoria operacional também está diminuindo a pressão financeira. Atualmente, a relação dívida líquida/ Ebitda está em 3,8x, abaixo da estimativa do mercado que esperava um número acima de 4x. A meta de Sabbag era levar esa relação a um patamar mais confortável, em torno de 2x, até 2025.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado