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Porto Alegre registra inundações no 1º dia do ano

Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), só na capital gaúcha choveu mais da metade prevista para janeiro nas últimas 24 horas

O Estado tem sofrido com as fortes chuvas e leva na memória a pior enchente da sua história em 2024 (iStockphoto/Getty Images)
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 11h58.

Última atualização em 2 de janeiro de 2025 às 15h08.

Ano novo, problemas antigos. O Rio Grande do Sul foi assolado por fortes chuvas no primeiro dia de 2025, o que levou a inundações e alagamentos em algumas cidades gaúchas.

Foi o caso de Porto Alegre, onde choveu 88 milímetros nas últimas 24 horas — mais da metade do previsto para o mês de janeiro, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Na capital gaúcha, alguns bairros ficaram debaixo da água e registraram falta de luz. O segundo ato de posse do prefeito reeleito Sebastião Melo, na Usina do Gasômetro, precisou ser remarcado eele foi para a Coordenação de Serviços da Cidade (Ceic) para monitorar os efeitos da chuva.

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A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) informou nesta quinta-feira, 2, que faz um levantamento dos impactos no fornecimento de energia elétrica na cidade.

O Climatempo alertou para o riscode tempestadehoje para a Região Sul e destacou que a causa é um deslocamento de umafrente friano RS, associada a umciclone extratropicalque se desloca pela costa da Argentina.

As áreas em risco para temporais também incluem Curitiba e Florianópolis e há chances de raios e fortes rajadas de vento de 60 km/h a 80 km/h.

Em 1° de janeiro, o Rio Grande do Sul foi um dos locais mais quentes do Brasil e registrou temperatura de quase 38°C em São Borja e em São Luiz Gonzaga, segundo o serviço metereológico. Em Porto Alegre, os termômetros bateram os 34,5°C.

Investimentos

Em um balanço divulgado em nota pelo governo federal no dia 31 de dezembro referente ao ano, o Rio Grande do Sul recebeu mais da metade dos recursos para cidades afetadas por desastres agravados pela mudança climática.

Em 2024, dosR$ 4,8 bilhões empenhados pela Defesa Civil Nacional,R$ 3,5 bilhões foram destinados para municípios gaúchos. Destes, R$ 1,5 bilhão foi para os atingidos por eventos extremos, sendo R$ 1,3 bilhão apenas para as enchentes históricas iniciadas em abril e R$ 2 bilhões para pagamento do Auxílio Reconstrução.

A pior tragédia climática do Estado afetou 2,3 milhões de pessoas em 471 cidades, o equivalente a quase 95% dos municípios. Até então, oPlano Rio Grandeinvestiu R$ 4.142.785.233 em projetos deadaptação climática e reconstruçãoe prevê até R$ 200 bilhões no longo prazo.

Durante a Conferência do Clima da ONU (COP29) em Baku, no Azerbaijão, o governo estadual também lançou um "Roadmap climático", com foco na implementação de políticas públicas.

Em Porto Alegre, a prefeitura estima um prejuízo de mais de R$ 12,3 bilhões aos cofres públicos e já investiu quase R$ 520 milhões na reconstrução. No total, a necessidade é de R$ 1,2 bilhão e o restante será investido ao longo de 2025.

Frente fria chega a São Paulo

A partir de sexta-feira, 3, a primeira frente fria do ano deve avançar sobre o estado de São Paulo e pode levar a temporais e inundações no fim de semana. Segundo o Climatempo, há a possibilidade de rajadas de vento entre 40 km/h a 50 km/h e há risco de alagamentos e impactos no fornecimento de luz.

Amanhã, 3, ainda deve prevalecer o sol na região metropolitana, mas a nebulosidade e instabilidade aumenta no sábado, 4, e traz um alerta para o Estado. No domingo, 5, a chuva deve aumentar.

Rio Grande do Sul: veja as fotos do estado depois das enchentes

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