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Para Microsoft, Brasil pode se tornar potência em carbono

Presidente da empresa de software, Tânia Cosentino, afirma que a commodity vai gerar lucros ao País, desde a Amazônia se mantenha em pé

Tânia Cosentino, presidente da Microsoft: floresta em pé tem mais valor para a economia do que derrubada (Microsoft/Divulgação)

Tânia Cosentino, presidente da Microsoft: floresta em pé tem mais valor para a economia do que derrubada (Microsoft/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 10h23.

Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 16h39.

A presidente da Microsoft no Brasil, Tânia Consentino, disse que os créditos de carbono serão a nova commodity negociada pelo Brasil no mercado internacional. Para ela, a floresta em pé vale mais para a economia do que as atividades econômicas decorrentes do desmatamento. 

Os créditos de carbono são uma espécie de permissão que empresas ou países que cortaram suas emissões podem vender para quem precisa reduzir a pegada de carbono, mas não é capaz de reduzir as emissões organicamente. 

Existem dois tipos de mercado de carbono, o regulado e o não regulado. No primeiro, as trocas seguem padrões determinados por governos ou regiões. O mais desenvolvido é o europeu, acessado por empresas que precisam cumprir as rígidas regras ambientais do continente. A Califórnia e a China também possuem mercados importantes. 

No caso dos mercados não regulados, as negociações se dão entre empresas e o preço é determinado livremente, de acordo com a demanda e o tipo de projeto associado à redução das emissões. Esse mercado é utilizado, principalmente, por companhias que se comprometeram a zerar suas emissões nos próximos anos, casos da Apple, da Amazon e da própria Microsoft. 

O Brasil é considerado uma potência no setor de carbono pela capacidade de gerar créditos, especialmente em função da Amazônia, e também pela qualidade dos projetos. Créditos de carbono associados a energia limpa ou conservação de florestas, por exemplo, são mais valorizados no mercado não regulado do que créditos associados a redução do uso de combustíveis fósseis, embora, na prática, a quantidade de carbono não emitido possa ser a mesma. 

A declaração da presidente da Microsoft foi dada durante live promovida pelo jornal Valor Econômico. A Microsoft é uma das signatárias da carta enviada ao vice-presidente Hamilton Mourão, no mês passado, exigindo medidas para conter o desmatamento na Amazônia. Amanhã, o mesmo grupo deve se encontrar com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, para tratar do assunto. Além de Mourão, os líderes empresariais também estiveram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

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