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Pantanal atravessa pior crise hídrica em 70 anos, alerta secretário do Meio Amiente do MS

Jaime Verruck expôs a necessidade de divir as políticas públicas por biomas e não por estados

EFE

Agência de Notícias

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 09h51.

O Pantanal, considerado a maior área úmida do mundo, atravessa neste ano a sua pior escassez de água dos últimos 70 anos, alerta Jaime Verruck, secretário do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, estado que abriga o bioma.

Durante o segundo dia do 2º Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado pela Agência EFE em São Paulo, Verruck argumentou que é necessário restringir o uso comercial desse espaço e, por esse motivo, no ano passado, a Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul aprovou a Lei do Pantanal, que propõe a conservação, proteção, restauração e exploração ecologicamente sustentável dessa região específica.

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Essa legislação também proíbe o cultivo de soja, eucalipto e cana-de-açúcar e a instalação de usinas hidrelétricas e movidas a carvão.

Nesse sentido, o secretário sugeriu a necessidade de criar uma "agência climática estratégica" em nível nacional, que proporcionaria "transversalidade" na luta contra a crise ambiental, e sugeriu que as políticas públicas sejam divididas por biomas.

"As políticas públicas devem ser divididas por biomas, não tanto por estados. Se resolvermos o problema em um lugar e não em outro, não resolveremos o problema como um todo", analisou.

Verruck disse que é responsabilidade dos governos regionais contribuir com os compromissos internacionais do Brasil nessa área, mas que, para isso, é necessário ter um orçamento para financiar os recursos climáticos.

"Em fóruns internacionais, ouvimos falar de bilhões, mas não estamos recebendo nem mesmo milhões. O Pantanal é a maior área do mundo com a maior biodiversidade, mas em fóruns internacionais a Amazônia é discutida e outros biomas não são considerados", lamentou.

O secretário frisou que um dos pilares da gestão do governo estadual é o fomento à indústria, mas garantiu que nem o Brasil nem o Mato Grosso do Sul precisam desmatar para aumentar a produção.

Além disso, Verruck enfatizou que o Mato Grosso do Sul quer se tornar um estado neutro em carbono até 2030, embora tenha admitido que essa é uma meta muito ambiciosa, já que o estado tem um grande volume de gases de efeito estufa provenientes de incêndios florestais.

Jaime Verruck participou do segundo dia do fórum, organizado pela Agência EFE, no painel "Desafios do desenvolvimento e planejamento territorial para a transição ecológica na América Latina".

O evento é patrocinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pela Norte Energia, operadora de Belo Monte, a quinta maior usina hidrelétrica do mundo, com o apoio da Vivo e da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil.

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