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Net Zero: por que offsets florestais devem fazer parte dessa estratégia?

Reduzir emissões ao máximo é o primeiro passo para a contenção do aquecimento global. Contudo, é improvável que sejam reduzidas a zero. Saiba mais

Projeto REDD+ no Vale do Jari, na região do Pará e do Amapá: adoção de técnicas sustentáveis já evitou o desmatamento de 64.866 hectares de floresta nos últimos 30 anos (AMBIPAR/Divulgação)
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Publicado em 29 de março de 2022 às 10h48.

Última atualização em 30 de março de 2022 às 10h53.

O que fizermos nas próximas décadas para limitar nossas emissões de GEE (gases de efeito estufa) será determinante para o futuro do nosso planeta. Por isso, tem se tornado notório no meio privado empresas que se posicionam em combater as mudanças climáticas ao assumirem uma meta Net Zero — estratégia que leva ao equilíbrio entre as emissões de gases de efeito estufa liberadas para a atmosfera e as que são removidas durante um período especificado. Ou seja, as emissões líquidas ficam “zeradas”.

Quando falamos de um período especificado, isso se refere a um tempo limite para contermos os piores efeitos do aquecimento global. Conforme o Acordo de Paris, as nações estão comprometidas a limitar o número da temperatura a bem menos que 2 °C – e idealmente a 1,5 °C para evitar efeitos catastróficos. Para toda essa transformação ser realizada é necessário que o mundo atinja a neutralidade de carbono até 2050.

Um primeiro passo para atingir a meta Net Zero é a redução de emissões por meio de melhorias nos processos, como fazer o uso de energias renováveis e combustíveis menos poluentes. No entanto, é improvável que 100% das emissões sejam reduzidas a zero no curto e médio prazo.

O relatório do NewClimate Institute declara que só 8% de 1.565 companhias em todo o mundo com objetivos de Net Zero possuíam metas intermediárias robustas. No Brasil, apenas 19 empresas estão comprometidas com essa iniciativa, o que significa que ainda podemos ser mais ambiciosos no combate às mudanças climáticas.

-(Ambipar/Divulgação)

Por que natured-based solutions são as mais indicadas para neutralizar emissões?

Nature-based solutions (NBS) é um conceito definido pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como ações para proteger, gerenciar e restaurar ecossistemas naturais de forma sustentável, eficaz e levando em consideração as complexidades e o bem-estar humano e da biodiversidade.

Nature-based solutions: iniciativas que são soluções efetivas para combater as mudanças climáticas

As NBS podem prover 37% de redução de emissões globais de maneira custo efetivas até 2030, resultando em 66% de chances de a temperatura média global ficar abaixo de 2 °C.3

Para complementar a transição, a compra de créditos de carbono provenientes da conservação florestal ( REDD+ ) ou do reflorestamento (AR – Afforestation/Reforestation) são soluções internacionalmente reconhecidas para neutralizar emissões mais difíceis de subtrair.

O desmatamento no Brasil é um dos grandes problemas ambientais da atualidade. São inúmeras consequências às diversas regiões, sendo mais importante para agricultura, pecuária e extrativismo. A principal questão do país é com o desmatamento da Amazônia que já atingiu mais de 18% de seu território e contribui para as emissões de GEE (gases de efeito estufa).

De acordo com o 8o Relatório do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), realizado pelo Observatório do Clima, o Brasil emitiu 9,6% mais de GEE em 2019, em comparação a 2018. O país lançou na atmosfera 2,18 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e), ante 1,98 bilhão em 2018.

O que são Projetos REDD+?

Os créditos de carbono de conservação florestal (REDD+) são gerados por meio de ações de combate ao desmatamento e à degradação florestal combinados com atividades sociais, de clima e biodiversidade. Suas principais vantagens são:

-(Ambipar/Divulgação)

O que são Projetos AR – restauração florestal?

Já os créditos de carbono de reflorestamento são gerados por meio do plantio de árvores em áreas onde não havia floresta (afforestation) e em áreas onde houve desmatamento (reforestation), criando ou regenerando uma nova floresta. As principais vantagens são:

Qual solução é melhor para minha empresa?

Compor uma estratégia de portfólio de investimentos em projetos de conservação de ecossistemas somado a projetos de remoção de carbono são complementares, sendo a primeira opção mais urgente e necessária no curto prazo.

Os recursos destinados à manutenção de ecossistemas são essenciais, pois criam incentivos positivos para produção agroextrativista sustentável e geração de renda. Investir no plantio de árvores agora é a forma mais efetiva de garantir créditos de remoção de carbono para endereçar os compromissos e metas Net Zero no longo prazo.

Construir um futuro sustentável significa suprir as necessidades da geração atual sem comprometer os recursos de futuras gerações. Para que isso seja possível, temos de agir hoje para reverter os efeitos das mudanças climáticas – causado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) para a atmosfera.

As florestas, além de conservar a biodiversidade, têm uma capacidade incomparável de armazenamento de carbono e, ao contrário do que é comum pensar, mantê-las não influencia negativamente na capacidade de produção agropecuária, principalmente no Brasil, onde existem muitas áreas abertas degradadas e improdutivas que poderiam ser melhor manejadas por meio de cultivos inteligentes de baixo carbono.

Líder no desenvolvimento de projetos de carbono florestal no Brasil, todos os projetos REDD+ da Biofílica Ambipar Environment são certificados pelo Climate Community and Biodiversity Standard (CCBS), que quantifica os benefícios a comunidades e à biodiversidade. Mais de 5 milhões de toneladas de Unidades de Carbono Certificadas (VCUs – Verified Carbon Units) já foram oriundos dos projetos. Desse total, 4.115.657 foram comercializados para mais de 100 clientes, sendo cerca de 70 no Brasil e mais de 40 internacionais. Além disso, esses projetos estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

O reconhecimento também veio em forma de prêmios. A empresa foi 4 vezes campeã do EF Annual Voluntary Carbon Market Rankings na categoria “The Best Project Developer, Forest and Land use”, oferecido pela Environmental Finance, principal veículo de comunicação de mercados de ativos ambientais em todo o mundo.

No site da Biofílica, é possível encontrar mais informações sobre como empresas podem contribuir para preservar a biodiversidade, combater as mudanças climáticas, e apoiar o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia, neutralizando emissões por meio dos créditos de carbono.

 

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