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Megaterremoto, tufões, seca, chuvas e turistas: combinação acelera a corrida pelo arroz no Japão

Efeitos da crise climática e expectativa de abalo sísmico afetam oferta de alimento mais consumido no país, com 7 milhões de toneladas por ano

Desabastecimento: um dos supermercados em Tóquio com prateleiras de arroz vazias e o letreiro que orienta a compra de apenas um saco do alimento (AFP Photo)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 27 de agosto de 2024 às 15h30.

A ameaça de um " megaterremoto", uma série de tufões e um feriado nacional de uma semana levaram alguns japoneses a multiplicar as compras de arroz , o alimento básico no país, cujo governo alertou contra as compras maciças nesta terça-feira, 27.

"Podemos adquirir apenas a metade da quantidade habitual de arroz neste verão e os sacos de arroz se esgotam rapidamente", disse à AFP um vendedor de uma filial da popular rede de supermercados Fresco em Tóquio.

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Algumas lojas ficaram com as prateleiras de arroz vazias ou com estoques racionados após um aviso do governo neste mês, que já foi retirado, sobre um possível “megaterremoto”. O avanço de vários tufões e o prolongamento do feriado anual de Obon estimularam ainda mais as compras compulsivas.

Outros fatores incluem a diminuição dascolheitascausada pelasaltas temperaturase aescassez de água ou o aumento da demanda relacionada pelo recorde de turistas estrangeiros.

Um cartaz de uma loja de alimentos em Tóquio dizia: "Para que muitos clientes possam comprar, pedimos que comprem um (saco de arroz) por dia por família".

O funcionário do Fresco afirmou que os estoques diários esgotaram ao meio-dia. "Os clientes fazem fila antes que abra a loja, mas as pilhas de sacos, cada um com 10 quilos, sempre esgotam durante a manhã", explicou.

Governo pede calma

O ministro da Agricultura, Tetsushi Sakamoto, pediu calma nesta terça-feira. "Por favor, mantenha a cabeça fria e compre apenas a quantidade de arroz que você precisa", disse ele.

O arroz está profundamente enraizado na cultura japonesa. Sua colheita moldou a paisagem do país e foi até mesmo usado como moeda no século VII. É, de longe, o alimento básico mais consumido no país, com 7 milhões de toneladas por ano.

No entanto, a demanda vem diminuindo há algum tempo devido à redução da população e à mudança de hábitos alimentares de muitos japoneses, que optam por alternativas.

Em junho, as reservas do país foram as mais baixas desde 1999, quando dados comparáveis começaram a ser coletados, mas as autoridades acreditam que o estoque é suficiente.

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