Fundo ESG quer investir até R$ 15 mi em startups de impacto
A Rise Ventures olha para negócios de impacto além do capital; gestora também cuida da gestão e profissionalização de empresas em estágio inicial
Maria Clara Dias
Publicado em 25 de dezembro de 2020 às 10h00.
Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 18h00.
“Pegamos pequenas empresas que têm a cara dos fundadores e as entregamos ao mercado com o perfil de gestão”, diz Pedro Vilela, cofundador e presidente da Rise Ventures, gestora de negócios de impacto que agora anuncia o lançamento de um fundo de investimento próprio que pretende injetar capital em sete empresas nos próximos 5 anos.
A Rise surgiu em 2016 da vontade dos três fundadores Pedro Vilela, Tiago Longuini e Daniel Madureira, em criarem um modelo de investimentos mais inclusivo e que ao mesmo tivessem um retorno financeiro positivo. Até o momento, a gestora usava capital próprio dos sócios e fundadores para investir cerca de 15 milhões de reais em três empresas: a Beleaf, do setor de alimentação à base de plantas; Alba Energia, empresa de energia solar e a Okena, companhia de gestão de resíduos.
“Olhamos para empresas de economia real, e que possuem produtos de impacto que podem ser acelerados ou viabilizados com a ajuda de tecnologia”, diz Pedro Vilela, co-fundador e presidente da Rise Ventures. Segundo Vilela, os três pilares fundamentais que concentram os investimentos da Rise são social, ambiental e bem-estar.
“A atividade principal dessas empresas não deve ser apenas ESG, ou seja, olhando para boas práticas de governança e sociais. Ela deve entregar uma solução real para os principais problemas da sociedade e ESG é apenas o começo da conversa”, diz.
Com o fundo, a estimativa é que os investimentos sejam de 7 milhões de reais a 15 milhões por empresa. Para participarem do processo de seleção, as startups interessadas devem estar em estágio inicial e ter um faturamento anual de 10 milhões a 50 milhões de reais. “Queremos empresas que são grandes demais para investidores-anjo, mas que ainda não têm faturamento suficiente para mobilizar um private equity”, diz.
A intenção da Rise é trabalhar o crescimento destas empresas para futuramente viabilizar a sua venda. O ideal, segundo Vilela, é vender as companhias quando o faturamento de cada uma atingir a média de 150 a 300 milhões de reais. “Temos esse tempo para acompanhar o crescimento dessas empresas e então vender elas com um retorno que seja vantajoso para os investidores”, diz. O fundo recém-lançado deve movimentar 300 milhões de reais nos próximos anos, segundo a empresa.
Para competir com outros fundos de investimento de impacto, a Rise vai além da injeção de capital. A gestora aposta em mentorias e gestão individual com cada empresa investida. Um time da Rise incorpora o dia a dia de cada startup, criando planos de negócios, ajudando na implementação de processos, criando comitês de governança, estabelecendo indicadores e ajudando o time de líderes durante todo o tempo em que a empresa continuar sob os cuidados da gestora.
Além disso, a Rise conta com um time de recrutamento responsável pela contratação de profissionais para cada uma das companhias. “Entendemos que ter as pessoas certas na hora certa é tão importante quanto o capital, por isso olhamos para a gestão e para o recrutamento de excelência”, diz Vilela.
“Avaliamos cerca de 160 negócios para dar um “sim”. Levando em conta o tempo que cada análise demanda fazer essa chamada ainda em 2020 é um sinal de que queremos fazer a primeira rodada de investimento já no primeiro trimestre de 2021”.
Vilela vê com otimismo os anos que vêm pela frente. De acordo com o executivo, a chegada de novos integrantes no mercado de investimento de impacto irá estimular o surgimento de novas empresas com missões sociambientais positivas e também irá expandir os recursos destinados por investidores em empresas do setor.