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Coral Mulheres na Cor visa inclusão social e aumento da equidade de gênero entre pintores

Programa da AkzoNobel (dona da marca de tintas Coral) já empregou cerca de 20 mulheres em situação de vulnerabilidade social

Participantes do programa Coral Mulheres na Cor (Coral/Divulgação)

Participantes do programa Coral Mulheres na Cor (Coral/Divulgação)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 07h00.

Última atualização em 27 de novembro de 2023 às 09h45.

Com o objetivo de promover a equidade de gênero no mercado de pinturas, em 2021, a AkzoNobel (dona da marca de tintas Coral) desenvolveu o projeto Mulheres na Cor. "A ideia surgiu após a realização de ações de sensibilização sobre equidade de gênero, desenvolvidas por um grupo de afinidade focado no tema. Nas discussões, ficou notória a necessidade de ação frente a temática e a percepção de que ainda falta representatividade feminina no segmento de pintura", diz Elaine Poço, diretora de Pesquisa & Desenvolvimento e Sustentabilidade da AkzoNobel para a América Latina à EXAME.  De acordo com a Associção Brasileira de Pintores Profissionais (Abrapp), as mulheres representam cerca de 10% dos profissionais de pintura no Brasil.

O Mulheres na Cor promove treinamento de mulheres em situação de vulnerabilidade para capacitá-las como pintoras decorativas profissionais. Neste ano, 15 mulheres se formaram na segunda turma do projeto, sendo oito já contratadas pela parceira Atala Engenharia. Elas se juntam a outras 14 capacitadas em 2022, sendo 12 atualmente empregadas. Além disto, houve uma edição de repintura automotiva foi realizada em 2021.

Como funciona o Mulheres na Cor

Para a seleção das participantes, ONGs ajudaram na divulgação e escolha das mulheres em regiões determinadas pela companhia. "Nesta segunda turma, a Organização Aldeias Infantis SOS foi a parceira para relacionamento com as participantes, colaborando desde a divulgação do projeto na comunidade, como também na seleção e no acompanhamento das mulheres durante o curso".

Já a pré-seleção das participantes foi realizada pela ONG parceira em Rio Bonito, bairro situado na Zona Sul de São Paulo. Como lembra Elaine, de acordo com o Mapa da Desigualdade de São Paulo 2022, o bairro está localizado em uma região muito vulnerável, com índice expressivo de população em situação de rua e caracterizado pela pobreza extrema e vínculos familiares fragilizados. "É uma área que possui uma grande concentração de assentamentos informais, moradia inadequada, falta de saneamento básico e casas em áreas de risco".

Entre os critérios de seleção estão mulheres maiores de 18 anos, chefes de família, desempregadas ou com renda de até um salário-mínimo, com escolaridade mínima do 4º ano do Ensino Fundamental (requisito necessário para o curso no SENAI) e com dependentes em idade escolar.

Durante quinze semanas, as mulheres selecionadas recebem um curso completo com conhecimento sobre pintura e temas complementares, totalizando por volta de 220 horas. "Elas começam com o Curso de Formação de Pintor de Obra, no SENAI Tatuapé, de 160 horas. O projeto ainda agrega palestras, rodas de conversa, mentorias e especializações promovidas pelas empresas parceiras", diz Elaine.

O programa inclui o desenvolvimento de soft skills. Também são oferecidos pela plataforma de treinamentos online e presencial da marca Coral, cursos de especialização em pintura na unidade da AkzoNobel em Mauá (SP), totalizando 32 horas.

Tendo em vista a condição de vulnerabilidade das mulheres é preciso um apoio para que elas se mantenham no programa. "As participantes recebem bolsa-auxílio, transporte, alimentação, uniforme e EPIs custeados pelas companhias apoiadoras. Além disso, todas as formandas ganharam um kit de ferramentas manuais e elétricas, especialmente significativo para que possam iniciar a sua jornada profissional como autônomas, caso desejem".

O acompanhamento acontece também depois da formatura. "Contamos com parceiros de empregabilidade que entrevistam as participantes para possíveis vagas e também comunicamos as empresas parceiras da nossa cadeia de fornecedores e clientes em busca de oportunidades de contratação. Há também aquelas que optam por seguir carreira como autônomas".

Durante o curso, há uma abordagem sobre como se prepararem para visitar clientes, como fazer orçamentos e gerir seu negócio. Elas também contam com suporte para criar seus perfis e se juntarem à chamada Páginas Coloridas, plataforma digital que conecta consumidores à pintores indicados pela Coral.

Equidade de gênero na companhia

De acordo com a executiva, o projeto está alinhado diretamente ao movimento da empresa de aumentar a representatividade feminina e à estratégia de Diversidade, Equidade e Inclusão da empresa.

"Internamente realizamos ao longo do ano treinamentos e ações de sensibilização sobre Diversidade, Equidade e Inclusão, tendo também grupos de afinidade de grupos minorizados que promovem espaço de acolhimento e ações sobre os seus respectivos temas, incluindo o WIN (Women Inspire Network) que aborda a equidade de gênero".

Além disso, globalmente há a meta de até 2025 ter 30% de mulheres em posições de liderança sênior na empresa e continuamos a olhar demais possibilidades que contribuam para a nossa jornada em busca da equidade.

Parceiros

Para maior efetividade do programa, a AkzoNobel buscou empresas que compartilhem a busca pela inclusão e transformação social por meio da sustentabilidade. Em 2023, o SENAI-SP, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial foi o parceiro de ensino do Coral Mulheres na Cor. Por sua vez, os parceiros financeiros foram Arxada, CASACOR e Dow, além da AkzoNobel/Coral. Os parceiros de ferramentas foram Condor e Vonder; e os de empregabilidade, Atala Engenharia e Abrapp (Associação Brasileira dos Pintores Profissionais). A Organização Aldeias Infantis SOS foi a ONG parceira que contribuiu com a captação das candidatas na comunidade de Rio Bonito e realizou o acompanhamento das participantes.

Acompanhe tudo sobre:CoralMulheresDiversidade

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