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Vendas no varejo caem 5,57% no ano; receita cresce 15,24%

As vendas no comércio varejista acumulam queda no ano de 5,57% na comparação com o primeiro semestre do ano passado, revela pesquisa do IBGE. O resultado semestral é o pior desempenho dos cinco semestres que compõem a série de resultados da Pesquisa Mensal de Comércio do órgão. A pesquisa mostra que o consumidor está cortando […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.

As vendas no comércio varejista acumulam queda no ano de 5,57% na comparação com o primeiro semestre do ano passado, revela pesquisa do IBGE. O resultado semestral é o pior desempenho dos cinco semestres que compõem a série de resultados da Pesquisa Mensal de Comércio do órgão. A pesquisa mostra que o consumidor está cortando o consumo de produtos básicos, como alimentos e bebidas, já que o setor de super e hipermercados tiveram a maior queda em vendas: -8,27% em junho.

Apenas em junho de 2003, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro caiu 5,37% em relação a junho de 2002. É o sétimo mês consecutivo de baixa nas vendas do varejo, num processo iniciado em novembro do ano passado e que não conseguiu se recuperar nem em dezembro, com o Natal, nem em maio, com o Dia das Mães, tradicionalmente os meses mais fortes do comércio varejista. Apesar da forte queda, analistas do mercado chegaram a prever que o mês de junho poderia atingir uma baixa de até 7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Além disso, o mês de junho ainda não consegue refletir a redução das taxas de juros. Mais de 60% da queda do varejo nacional, em junho, deveram-se aos resultados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os dois Estados de maior participação na receita do setor vêm registrando quedas sucessivas ao longo de 2003. No primeiro semestre, o varejo do Rio de Janeiro acumulou queda de 8,47% e o de São Paulo, queda de 5,24%.

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O acumulado dos últimos 12 meses foi pior em junho (-2,95%) do que em maio (-2,68%). Já a receita nominal de vendas cresceu 14,96% sobre junho de 2002. A taxa é muito próxima à de maio (15,25%). Nos acumulados do primeiro semestre de 2003 e dos últimos 12 meses houve crescimento de 15,24% e 12,15%, respectivamente.

Todas as cinco atividades que compõem o indicador geral do varejo caíram em volume de vendas na comparação junho 2003/junho 2002. O pior desempenho coube mais uma vez a Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 8,27%. Em seguida, vieram Móveis e eletrodomésticos (-4,73%); Tecidos, vestuário e calçados (-4,65%); Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-2,24%); e Combustíveis e lubrificantes (-0,69%).

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo agravou seu desempenho em junho. Os -8,27% de queda este mês explicam mais de 70% dos -5,37% de variação mensal do setor varejista. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, o segmento responde pela segunda maior queda do varejo, com -6,63% e de -4,58%, respectivamente. O grupo obteve seu pior desempenho semestral no primeiro semestre de 2003. (Tabela 2).

O ramo específico de Hipermercados e supermercados (-8,02), em junho, ditou o desempenho do grupo. No indicador acumulado no ano, registrou queda de -6,04%, e nos últimos 12 meses, -4,02%.

BRASIL
- Indicadores de desempenho do comércio varejista, segundo grupos de atividades
PMC
ATIVIDADESVOLUME
DE VENDAS
RECEITA
NOMINAL DE VENDAS
ÍNDICADOR
MENSAL
ACUMULADOÍNDICADOR
MENSAL
ACUMULADO
Taxa
de Variação
Comp.da
taxa
Taxa
de Variação
Taxa
de Variação
Comp.da
taxa
Taxa
de Variação
ABRMAIJUNNO ANO12 MESESABRMAIJUNNO ANO12 MESES
COMÉRCIO VAREJISTA*-3,70-6,27-5,37-5,37-5,57-2,9518,5715,2514,9614,9615,2412,15
1 - Combust.
e lubrif.
-6,58-2,12-0,69-0,08-4,701,5925,7127,2921,192,5329,6621,15
2 - Hiper, super, prods. alim.,
bebidas e fumo
-0,98-6,65-8,27-3,88-6,63-4,5824,7418,9216,367,6816,4412,62
2.1 - Super
e hiper
-0,31-6,10-8,02--6,04-4,0225,6719,6416,67-17,1813,32
3 - Tecidos,
vest. e calç.
-0,29-11,33-4,65-0,47-3,40-0,9110,12-1,695,980,606,487,85
4 - Móveis
e eletrod.
-16,22-10,70-4,73-0,47-10,40-6,11-0,874,9312,041,194,676,28
5 - Demais
arts.de uso
pessoal e
doméstico
-3,30-2,97-2,24-0,47-2,23-1,2513,1213,4613,692,8912,6710,52
6 - Veíc.,
motos,
partes..
-21,26-11,90-4,44--11,65-11,70-16,68-6,382,09--6,49-8,20

O segundo maior impacto negativo continuou com a atividade de Tecidos, vestuário e calçados (-4,65%), apesar da melhora em relação a maio (-11,33%). No primeiro semestre de 2003, o segmento acumulou queda de 3,40%, resultado melhor que os -4,06% do primeiro semestre de 2002. A queda acumulada nos últimos 12 meses foi de 0,91%.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, com -4,73% em junho, encerra o semestre com o pior desempenho acumulado do varejo: -10,40% no acumulado no ano e -6,11% no acumulado dos últimos 12 meses. A queda deste primeiro semestre superou mesmo a do segundo semestre de 2001 (-5,06%), período em que a atividade foi bastante afetada pelo racionamento no consumo de energia elétrica.

O grupo Demais artigos de uso pessoal e doméstico, com queda de 2,24% em junho, foi o que menos se retraiu no primeiro semestre (-2,23%). O acumulado nos últimos 12 meses foi de -1,25%.

Combustíveis e lubrificantes foi o segmento de melhor desempenho relativo no mês de junho (-0,69%). É também a única atividade a registrar crescimento no acumulado de 12 meses (1,59%). O acumulado do ano ficou em -4,70%.

A atividade de Veículos e motos, partes e peças teve queda menor em junho (-4,44%) do que em maio (-11,90%). Mesmo assim os indicadores acumulados apresentam quadro fortemente negativo, com -11,65% no primeiro semestre e -11,70% nos últimos 12 meses.

Apenas três Estados tiveram aumento no volume de vendas do varejo em junho: Rondônia (1,65%), Mato Grosso (0,58%) e Pará (0,52%). As maiores pressões negativas foram de São Paulo (-5,44%), Rio de Janeiro (-7,22%), Rio Grande do Sul (-5,88%), Minas Gerais (-3,23%) e Bahia (-5,57%).

No semestre, São Paulo apresenta como resultados setoriais: -14,80% em Móveis e eletrodomésticos; -7,58% para Combustíveis e lubrificantes; -4,94% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; -3,30% em Demais artigos de uso pessoal e doméstico; e -1,39% para Tecidos, vestuário e tecidos. No Rio de Janeiro, as variações no semestre foram de -13,82% para Móveis e eletrodomésticos; -13,38% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; -11,06% em Tecidos, vestuário e calçados; -4,11% para Combustíveis e lubrificantes; 1,31% para Demais artigos de uso pessoal e doméstico.

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