Economia

Vendas de carros crescem 24,1% em setembro com IPI menor

A redução de 3 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos, promovida pelo governo no início de agosto, finalmente provocou impacto nas vendas. Em setembro, o setor vendeu 24,1% mais carros em relação ao mês anterior. A produção de veículos também foi 22,5% maior. Na comparação com agosto, e com o acumulado […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h49.

A redução de 3 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos, promovida pelo governo no início de agosto, finalmente provocou impacto nas vendas. Em setembro, o setor vendeu 24,1% mais carros em relação ao mês anterior. A produção de veículos também foi 22,5% maior. Na comparação com agosto, e com o acumulado dos nove meses de 2002, no entanto, os números de vendas são negativos: cerca de 3,6% e 9,2%, respectivamente. Os dados do setor foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta segunda-feira (6/10). Para Ricardo Carvalho, presidente da Anfavea, além da redução do IPI, a queda dos juros e as promoções feitas pelas montadoras também foram responsáveis pelo aquecimento do mercado.

Mais uma vez, a Anfavea registrou um aumento das exportações. O país exportou em setembro, 580 milhões de dólares --- um crescimento de 11,6% em relação a agosto e o melhor resultado registrado pelo setor desde maio de 1998, quando as montadoras exportaram 527 milhões de dólares. Quando comparados com setembro de 2002, os valores obtidos com as vendas para fora do país também foram 33,2% maiores. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, as exportações de veículos e máquinas agrícolas já renderam às montadoras, 3,9 bilhões de dólares, um resultado 38,8% maior que o mesmo período acumulado em 2002.

Carvalho afirmou, entretanto, que embora os veículos exportados estejam sendo um alívio para o sufoco em que se encontram as montadoras, eles não compensam o fraco desempenho do mercado interno. Hoje, a produção dos veículos exportados responde por 26% da produção nacional. Quando a capacidade total instalada da indústria é levada em conta, no entanto, essa fatia cai para 16%.

Com o aquecimento das vendas, o período que os veículos permaneciam no estoque --- no pátio das montadoras ou na rede de concessionárias --- que em agosto era de 43 dias, caiu para 34 em setembro. O número de postos de trabalho também voltou a crescer. Foram 222 contratações.

O setor e a reforma tributária

Questionado se a Anfavea pedirá a prorrogação da redução do IPI ao governo -válida até final de novembro- Carvalho afirmou que não. "Não estamos fazendo qualquer negociação para prolongar o benefício", afirmou ele. "O nosso compromisso acertado com o ministro Pallocci está circunscrito a novembro."

Carvalho disse que somente a redução do IPI não é um mecanismo capaz de resolver os problemas da indústria automobilística, que segundo ele, não tem tempo hábil para se recuperar ainda este ano. "O setor tem um problema estrutural, que é uma capacidade instalada altíssima", afirmou ele. Para a Anfavea, a situação tende a piorar se o atual texto da reforma tributária, atualmente no senado, for aprovado. Pesquisas da associação mostram que, caso isso aconteça, a participação dos impostos no preço final de veículos com até 1 000 cilindradas subiria de 25,7% para 31,2%.

Para os de 1 000 a 2000, o salto seria de 29% para 34,3%. Para os de mais de 2 000 cilindradas, a fatia dos tributos no valor final, hoje de 34,2%, passaria a ser de 39,1%. "O governo nos garantiu que o setor não seria ainda mais penalizado, mas não é isso que os nossos estudos mostram". Segundo Carvalho, a Anfavea está se mexendo, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional de Indústria (CNI), para evitar que o atual texto vire realidade.

Volkswagen exporta US$ 1 bi

A Volkswagen do Brasil informou que ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em faturamento com exportações de janeiro a setembro deste ano. Foram 121.359 veículos montados contra 100.182 unidades exportadas no mesmo período do ano passado,

registrando um aumento de 21,2%. A previsão é fechar 2003 com o recorde histórico de 180 mil unidades (150 mil montadas e 30 mil kits CKD) enviadas a mais de 30 países com uma receita de US$ 1,45 bilhão. O modelo mais exportado foi o Gol (59.013 unidades no ano). O principal mercado de destino é o México que absorveu 62.273 unidades, seguido dos EUA (23.047), Argentina (15.536) e Canadá (8.031).

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