Economia

Varejo tem 9a queda seguida em vendas, mas receita continua em alta

Com -5,76% de variação no volume de vendas sobre agosto/02, o setor de alimentos, bebidas e fumo tem o principal impacto negativo, mas receitas permanecem em alta

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h39.

Apesar de a indústria já ter dado sinais de recuperação em agosto, o reflexo desta retomada ainda não chegou ao varejo. Em agosto, o volume de vendas do comércio varejista do país caiu 5,90% em relação a agosto do ano passado. Com isso, a variação acumulada em 2003 já chega a -5,49%, e nos últimos 12 meses, -4,15%, informa o IBGE. Mas o setor apresenta resultados positivos na receita nominal de vendas, com taxas de crescimento de 11,3% sobre agosto de 2002, de 14,53% no acumulado do ano e de 12,77% no acumulado dos últimos 12 meses. Este é o nono mês de queda no varejo, que está nesta trajetória desde novembro de 2002.

No mesmo mês, o faturamento do comércio varejista registrou aumento de 11,3% em relação à agosto do ano passado. No acumulado do ano, o faturamento do varejo já soma 14,53% de aumento. Em 12 meses, o faturamento subiu 12,77%. O maior aumento em faturamento foi para o setor de supermercados, hipermercados, alimentos bebidas e fumo: alta de 14,95% em relação à agosto de 2002; 16,37% no acumulado do ano, e 13,93% de alta em 12 meses.

O único setor que apresenta queda nas vendas e em faturamento é o de veículos, motos e acessórios: com queda de 16,22% nas vendas de agosto, contra o mesmo mês de 2002, e queda de 10,3% no faturamento do mesmo perído. No acumulado do ano, o setor acumula uma queda de 12,15% nas vendas e de 6,69% no faturamento.

Apenas duas entre os 27 Estados não apresentaram queda no volume de vendas na relação agosto 2003/agosto 2002: Rondônia (2,08%) e Goiás (3,01%). Com isso, o comércio varejista se agrava em relação a julho, quando houve quedas em 22 Estados. As maiores contribuições negativas à taxa global do setor vieram de São Paulo (-4,83%); Rio de Janeiro (-9,97%); Rio Grande do Sul (-6,57%); Bahia (-9,45%); e Distrito Federal (-13,94%). Em conjunto, estes Estados responderam por cerca de 75% da taxa mensal de -5,90%.

Mais uma vez, todas as atividades que compõem o indicador geral do varejo tiveram queda no volume de vendas, com destaque para o segmento de Combustíveis e lubrificantes (-8,85% de variação sobre igual mês do ano anterior), além de Tecidos, vestuário e calçados (-6,67%), Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-6,18%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,76%) e Móveis e eletrodomésticos (-1,35%). Veículos, motos, partes e peças e o ramo específico de Hipermercados e supermercados assinalaram, também, quedas no volume de vendas, com taxas mensais de -16,22% e -5,56%, respectivamente.

Com -5,76% de variação no volume de vendas sobre agosto/02, a atividade de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo continuou exercendo o principal impacto negativo no cômputo da taxa global do varejo. No acumulado de janeiro a agosto, o segmento registra queda de 6,41% sobre igual período do ano anterior, taxa muito próxima da observada em julho (-6,51%). Já o acumulado dos últimos 12 meses continuou acelerando o ritmo de queda: de -5,05% de julho para -5,66% em agosto.

Os resultados para Hipermercados e supermercados foram de -5,56% com relação a agosto do ano anterior; -5,95% no acumulado de janeiro a agosto e -5,18% no acumulado dos últimos 12 meses.

Os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro (50% da receita nacional do varejo), responderam, em agosto, por 56% da queda global do setor. Com variações no volume de vendas mensal de -9,97% e de -8,55% no acumulado do ano, o Rio de Janeiro vem tendo desempenho mais negativo que São Paulo, onde as quedas foram de 4,83% na comparação mensal e de 5,12% no acumulado janeiro-agosto.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda maior no Rio de Janeiro (-13,48% no acumulado do ano) do que em São Paulo (-4,58%). Tal comportamento é o que vem determinando o desempenho diferenciado entre os dois Estados. Tendo por base, ainda, o indicador acumulado no ano, o Rio apresenta reduções também em Combustíveis e lubrificantes (-7,54%), Tecidos, vestuário e calçados (-12,04%) e Móveis e eletrodomésticos (-10,58%). Apenas Demais artigos de uso pessoal e doméstico assinalou crescimento (0,80%).

Em São Paulo, além de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, houve quedas nos acumulados do ano de Combustíveis e lubrificantes (-7,39%), Tecidos, vestuário e calçados (-2,59%); Móveis e eletrodomésticos (-12,18%); e Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-4,17%).

BRASIL - Indicadores
de desempenho do comércio varejista, segundo grupos de atividades PMC
ATIVIDADESVOLUME DE VENDASRECEITA NOMINAL DE VENDAS
ÍNDICADOR MENSALACUMULADOÍNDICADOR MENSALACUMULADO
Taxa de VariaçãoComp.da taxaTaxa de VariaçãoTaxa de VariaçãoComp.da taxaTaxa de Variação
JUNJULAGONO ANO12 MESESJUNJULAGONO ANO12 MESES
COMÉRCIO VAREJISTA*-5,59-4,40-5,90-5,90-5,49-4,1514,6814,0911,3011,3014,5312,77
1 - Combust.
e lubrif.
-1,31-1,99-8,85-1,14-4,99-0,9820,3912,977,620,9824,1721,10
2 - Hiper, super, prods. alim.,
bebidas e fumo
-8,61-5,46-5,76-2,65-6,41-5,6615,9317,8914,956,8916,3713,93
2.1 - Super
e hiper
-8,38-5,41-5,56--5,95-5,1816,2317,9415,20-16,9614,53
3 - Tecidos,
vest. e calç.
-4,61-6,32-6,67-0,65-4,26-2,626,033,824,150,405,786,58
4 - Móveis
e eletrod.
-4,87-1,01-1,35-0,13-8,10-6,4011,8715,5414,031,397,227,46
5 - Demais
arts.de uso
pessoal e
doméstico
-2,07-4,25-6,18-1,33-3,00-2,2313,8610,637,481,6011,7210,61
6 - Veíc.,
motos,
partes..
-4,48-10,98-16,22--12,15-10,902,05-4,20-10,30--6,69-6,45
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