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Varejo frustra projeções por pessimismo excessivo, diz FGV

As projeções pessimistas seguiam a linha de pesquisas feitas junto ao comércio e ao consumidor, que indicavam menor tendência ao consumo

Concessionária de carros: setor de veículos amargou queda de 3,5% em julho ante junho (Marcello Casal Jr./Abr)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2013 às 16h59.

Rio - O resultado do varejo no mês de julho contrariou as expectativas de analistas, que aguardavam retração ou tímido avanço no período.

As projeções pessimistas seguiam a linha de pesquisas feitas junto ao comércio e ao consumidor, que indicavam menor tendência ao consumo. Mas para o economista Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), houve um "overshooting" de pessimismo.

"Houve um efeito de choque na confiança, um impacto meramente de sentimento em relação às manifestações", observa. Ele ressalta que, em agosto, as sondagens voltaram para o campo positivo, embora ainda registrem níveis historicamente baixos.

Além disso, o economista explica que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) - calculado pelo Ibre/FGV -, por exemplo, capta apenas a intenção de adquirir bens duráveis, traduzindo geralmente uma tendência de médio prazo.

"Nesses, a expectativa continua não sendo favorável para o terceiro trimestre", afirma. Em julho, o ICC havia recuado 4,1% ante junho, enquanto agosto teve alta de 4,4% em relação ao mês anterior.

É o caso do setor de veículos, que amargou queda de 3,5% em julho ante junho. O segmento de equipamentos de informática, outro que está entre os bens duráveis, avançou 3,5% no período, mas vinha de quedas sucessivas desde março deste ano.

A exceção foi a área de móveis e eletrodomésticos. O ponto fora da curva se deu, segundo o economista, em função dos estímulos do programa federal Minha Casa Melhor, que financia a aquisição desses artigos para beneficiários do Minha Casa Minha Vida.

Descontando isso, Campelo acredita que a melhora dos bens não duráveis pode impulsionar uma aceleração no varejo para o terceiro trimestre, embora talvez demore a rebater na indústria. O economista comenta que o setor de vestuário, por exemplo, acumulava estoques em agosto, mesmo com a expressiva alta de 5,4% em julho ante junho.

O descasamento entre os indicadores da economia brasileira desafiam os analistas. "É difícil captar o ponto", afirma Campelo. Mesmo assim, diz que os resultados de indústria e comércio vão em direções diferentes, porque parte do setor industrial não tem conexão direta com o consumidor. Ele destaca que as maiores quedas na indústria em julho foram nas categorias de bens de capital, intermediários e de consumo duráveis.

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Rio - O resultado do varejo no mês de julho contrariou as expectativas de analistas, que aguardavam retração ou tímido avanço no período.

As projeções pessimistas seguiam a linha de pesquisas feitas junto ao comércio e ao consumidor, que indicavam menor tendência ao consumo. Mas para o economista Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), houve um "overshooting" de pessimismo.

"Houve um efeito de choque na confiança, um impacto meramente de sentimento em relação às manifestações", observa. Ele ressalta que, em agosto, as sondagens voltaram para o campo positivo, embora ainda registrem níveis historicamente baixos.

Além disso, o economista explica que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) - calculado pelo Ibre/FGV -, por exemplo, capta apenas a intenção de adquirir bens duráveis, traduzindo geralmente uma tendência de médio prazo.

"Nesses, a expectativa continua não sendo favorável para o terceiro trimestre", afirma. Em julho, o ICC havia recuado 4,1% ante junho, enquanto agosto teve alta de 4,4% em relação ao mês anterior.

É o caso do setor de veículos, que amargou queda de 3,5% em julho ante junho. O segmento de equipamentos de informática, outro que está entre os bens duráveis, avançou 3,5% no período, mas vinha de quedas sucessivas desde março deste ano.

A exceção foi a área de móveis e eletrodomésticos. O ponto fora da curva se deu, segundo o economista, em função dos estímulos do programa federal Minha Casa Melhor, que financia a aquisição desses artigos para beneficiários do Minha Casa Minha Vida.

Descontando isso, Campelo acredita que a melhora dos bens não duráveis pode impulsionar uma aceleração no varejo para o terceiro trimestre, embora talvez demore a rebater na indústria. O economista comenta que o setor de vestuário, por exemplo, acumulava estoques em agosto, mesmo com a expressiva alta de 5,4% em julho ante junho.

O descasamento entre os indicadores da economia brasileira desafiam os analistas. "É difícil captar o ponto", afirma Campelo. Mesmo assim, diz que os resultados de indústria e comércio vão em direções diferentes, porque parte do setor industrial não tem conexão direta com o consumidor. Ele destaca que as maiores quedas na indústria em julho foram nas categorias de bens de capital, intermediários e de consumo duráveis.

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