Economia

Ucrânia está disposta a decretar moratória

As negociações entre Kiev e os investidores estão paralisadas desde que assessores financeiros e legais de ambos os lados se reuniram em Londres, em maio


	Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko: se os credores recusarem "haircut", a Ucrânia poderá decretar moratória, segundo fonte com conhecimento no assunto
 (Valentyn Ogirenko/Reuters)

Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko: se os credores recusarem "haircut", a Ucrânia poderá decretar moratória, segundo fonte com conhecimento no assunto (Valentyn Ogirenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 11h21.

Kiev - O governo da Ucrânia vai oferecer aos credores bônus adicionais, a serem emitidos com base no desempenho econômico do país nos próximos anos, numa última tentativa de chegar a um acordo de reestruturação com os investidores, afirmou hoje uma fonte com conhecimento do assunto.

Se os credores recusarem um "haircut" (redução) proposto por Kiev no valor dos papéis ucranianos que possuem, a Ucrânia poderá decretar moratória sobre o pagamento da dívida, segundo a fonte. O governo ucraniano tem buscado um corte de 40% no valor de face dos bônus.

As negociações entre Kiev e um comitê composto por quatro investidores que possuem cerca de US$ 9 bilhões em dívida do país - incluindo Franklin Templeton, o maior credor - estão paralisadas desde que assessores financeiros e legais de ambos os lados se reuniram em Londres, no final de maio.

Em proposta apresentada em 9 de maio, os credores sugeriram evitar um eventual "haircut" com a extensão do vencimento dos bônus em até 10 anos e a redução dos pagamentos de juros, de acordo com fontes que acompanharam as negociações. Desde então, no entanto, as discussões praticamente não tiveram avanço.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que em março aprovou um pacote de resgate no valor de US$ 17,5 bilhões para a Ucrânia, a ser desembolsado ao longo dos próximos quatro anos, defende que Kiev feche um acordo com os credores ainda em junho, antes que o Fundo reveja o progresso do país para a liberação de nova ajuda financeira. 

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