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TV paga crescerá no curto prazo,;diz Gianetti da Fonseca

Para economista, maior desafio do setor é enfrentar a TV aberta, que ainda atrai as classes A e B

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

O mercado de TV por assinatura crescerá até, pelo menos, o fim do primeiro semestre de 2005, estimulado pelo ciclo de crescimento econômico do país. A previsão é do economista Eduardo Gianetti da Fonseca, que comparou os momentos de recuperação brasileira com a expansão do número de assinantes. "A curto prazo, o número de assinaturas vai crescer, aproveitando a recuperação cíclica por que passamos", afirmou.

O economista não arriscou uma projeção para 2004, mas assegurou que haverá crescimento. "Estou pondo minha cabeça a prêmio", disse. Seu principal argumento é que, entre março de 1999 e março de 2001, a TV por assinatura apresentou o último movimento consistente de aumento de sua base. Nas nove principais regiões metropolitanas do país, a taxa de penetração da TV paga passou de 9% dos domicílios para 11% nesse período. Na média brasileira, avançou de 6% para 8,6% das residências. "Esse período coincide com a última recuperação cíclica do Brasil, semelhante à que vivemos hoje", disse.

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Para Gianetti da Fonseca, mesmo ainda sem certeza de que esta recuperação se converta em crescimento sustentado, há espaço para o mercado de TV por assinatura explorar. O potencial é demonstrado, primeiro, pelo fato de que o Brasil apresenta uma taxa de penetração inferior à média sul-americana, que está em 20% dos domicílios. "Mesmo na região metropolitana de São Paulo, a penetração é de 14%, abaixo da média da América do Sul", disse. No México, o índice é de 19,8%; na Argentina, de 74,8%. Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos têm taxa de 82% e o Canadá, de 83%.

Gianetti da Fonseca destacou, ainda, o desequilíbrio entre a TV aberta e a paga. O Brasil ocupa a sexta colocação no ranking de penetração da TV aberta, atrás da China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão. No mercado de TV por assinatura, porém, o país cai para a 18ª posição, tendo à frente vizinhos como Argentina e Colômbia. "É um hiato muito grande entre o mercado de TV aberta e o por assinatura", disse.

Desafios

O primeiro desafio de operadores (as empresas que processam e distribuem os sinais de TV paga) e programadores (aquelas que produzem o conteúdo dos canais) é enfrentar a TV aberta. O economista recomenda que se invista em um conteúdo mais próximo da cultura brasileira. O principal argumento é que mesmo entre as classes A e B do país, apenas 32% dos domicílios têm TV por assinatura. E, entre os assinantes, o tempo gasto assistindo à TV aberta ainda é maior que o do conteúdo pago. "A TV aberta ainda consegue capturar boa parte da classe A e B", afirmou.

A segunda ação é oferecer pacotes de assinatura mais flexíveis, para atender uma maior parcela da população. "A renda é altamente concentrada: os 50% mais pobres recebem apenas 13% da renda", disse Gianetti da Fonseca. Além disso, mesmo entre os que possuem maior poder aquisitivo, caiu a porcentagem da chamada renda discricionária - aquela que o indivíduo gasta livremente, já que não compromete o orçamento mensal.

Por último, o economista recomenda que operadores e programadores invistam em novas regiões do país e não apenas ao redor das grandes capitais. "O setor ainda não acordou para a nova geografia do país", disse. Na esteira das exportações e do agronegócio, Gianetti da Fonseca destaca o Centro-Oeste e o interior paulista como áreas de potencial crescimento da TV por assinatura, já que concentram emergentes classes média e alta.

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