O premiê da Grécia, Alexis Tsipras: Caso seja selado neste sábado um acordo no Eurogrupo, a Grécia poderá contar com 12 bilhões de euros para quitar suas dívidas e sair da crise (Alkis Konstantinidis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2015 às 13h23.
Bruxelas - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, acusou nesta sexta-feira seus credores de não honrar os princípios fundamentais da União Europeia (UE) e de atuar contrariamente a eles.
"A UE foi fundada sobre os princípios de solidariedade, democracia, qualidade e respeito mútuos, não na chantagem e em ultimatos", afirmou Tsipras em breve pronunciamento à imprensa após o segundo e último dia de cúpula da União Europeia.
"Especialmente nestes momentos cruciais, ninguém deve pôr em perigo esses princípios", ressaltou o premiê.
Tsipras disse que o governo de Atenas "continuará sua luta por esses princípios" e o fará para "defender o povo grego e o povo da UE".
Os credores propuseram hoje à Grécia uma extensão de cinco meses do segundo programa de assistência financeira, o que segundo eles permitirá que o país possa cumprir suas obrigações financeiras com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) até novembro.
Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro (Eurogrupo) se reúnem amanhã pela quinta vez em dez dias para buscar uma solução para a crise grega.
Caso seja selado neste sábado um acordo no Eurogrupo (reunião de ministros de economia e finanças da zona do euro), a Grécia poderá contar com 12 bilhões de euros, dos quais 1,8 bilhão procederiam do fundo de resgate da zona do euro, outros 1,8 bilhão dos lucros dos bônus gregos do BCE e 8,7 bilhões da reserva da zona do euro para a recapitalização dos bancos do país.
Um primeiro pacote de 1,8 bilhão de euros dos lucro dos bônus gregos obtidos pelo BCE em 2014 seria pago de maneira imediata, de modo que a Grécia poderia quitar a dívida de 1,6 bilhão com o FMI e cujo prazo expira no próximo dia 30.
Os 8,7 bilhões de euros procedem dos 10,9 bilhões em bônus do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) que servem para recapitalizar os bancos gregos.
A esses valores seria preciso somar 3,5 bilhões que o FMI deverá oferecer e outros 1,5 bilhão dos lucros obtidos pelo BCE sobre os bônus gregos neste ano, disseram as fontes.
Segundo as fontes, o total seria disponibilizado em quatro pacotes, o que garantiria o financiamento à Grécia durante o verão europeu especialmente, já que Atenas deve devolver em julho e em agosto ao BCE 6,5 bilhões de euros de outro empréstimo. EFE EFE