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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.
Os países que mais atraem investimentos estrangeiros diretos (IED) são os que mantém boas regras de governança corporativa, conforme o secretário geral da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Donald Johnston. "Os investimentos estão indo para regiões que adotaram critérios de governança bem claros", afirmou.
Um exemplo, segundo Johnston, é a China, que começou a adotar as primeiras medidas de governança corporativa em 1999, e hoje é alvo do interesse mundial. Uma pesquisa da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), publicada em 7/6, indicou que a China lidera as preferências das multinacionais que pretendem investir na Ásia em 2004 e 2005. O país foi responsável por colocar o continente asiático na rota dos investidores. Segundo o relatório da Unctad, três quintos das empresas consultadas aplicarão recursos na região até o próximo ano.
O contra-exemplo é a Rússia, cujas normas de governança corporativa são muito boas, segundo Johnston, mas ninguém as cumpre. O resultado é que o país aparece em segundo lugar na preferência das multinacionais que desejam investir no Leste Europeu e na Europa Central até 2005. O país divide sua posição com a Hungria, enquanto a Polônia ocupa o primeiro lugar. O relatório da Unctad destaca, ainda, que os poloneses são favorecidos nas preferência porque têm acesso à União Européia.
Os brasileiros também encabeçam as preferências, quando a região é a América Latina e o Caribe, à frente do México e da Argentina. Para manter a posição, Johnston recomendou a adoção, pelo Brasil, da versão revisada dos princípios de transparência corporativa, aprovada pela primeira vez em 1999 e revista neste ano. O Brasil também sediará a próxima mesa-redonda sobre governança corporativa, promovida pela OCDE em outubro. Eventos semelhantes já foram realizados em Moscou e em Paris, entre outros.
A pesquisa da Unctad foi realizada entre fevereiro e abril deste ano. Foram enviados questionários para 335 multinacionais e 24% delas responderam (80 empresas). Os participantes somam ativos de 1,9 trilhões de dólares e 38% de suas vendas (cerca de 725 bilhões) vieram de fora de seus países de origem, segundo dados de 2002.