Economia

Transição é o centro das atenções do mercado financeiro

Com a proximidade do fim do processo eleitoral, o mercado brasileiro se prepara para ouvir os planos do provável eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a economia do país. A espera tem sido surpreendentemente calma nos dois últimos dias e, apesar da baixa liquidez, deve continuar assim entre hoje e amanhã. Às 10h […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

Com a proximidade do fim do processo eleitoral, o mercado brasileiro se prepara para ouvir os planos do provável eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a economia do país. A espera tem sido surpreendentemente calma nos dois últimos dias e, apesar da baixa liquidez, deve continuar assim entre hoje e amanhã. Às 10h desta quinta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, dará entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, para falar sobre o período de transição para o próximo governo.

Ontem, dia de reunião do Comitê Político Monetário (Copom), o dólar fechou estável pelo segundo dia consecutivo, cotado a 3,91 reais. A Bolsa de Valores de São Paulo, por sua vez, teve mais o que comemorar: emendou o quinto fechamento em alta consecutivo da semana, um ganho total de 17,5%. Foi o melhor desempenho registrado desde 1999. Mas o indicador que mais expressa a adesão do mercado à candidatura Lula talvez seja o risco-país. Desde o início de outubro, ele está em trajetória de queda. Ontem, fechou a 1 876 pontos, 22% menos que o registrado no dia 1º de outubro.

Também ontem foi divulgada uma pesquisa de intenção de voto pelo Datafolha - e o resultado, sem surpresas, não afetou o mercado. Lula tem 59% das intenções e José Serra (PSDB/PMDB), 31%. Lula oscilou dois pontos para baixo e Serra, um. Os votos brancos e nulos somaram 4% do total.

Hoje será divulgado outro levantamento, do instituto Sensus, às 16h. Na rodada anterior (14 a 16 de outubro), Lula apareceu com 59,3% e Serra com 30,8%.

O principal indicador a ser divulgado hoje, entretanto, é o resultado das contas externas do país. Assim como em agosto, o resultado de transações correntes em setembro deve ser positivo. O Crediti Suisse First Boston (CSFB) estima que o superávit fique em torno de 1 bilhão de dólares, mesmo valor esperado pelos analistas do Lloyds TSB. Em agosto, o superávit ficou em 316 milhões de dólares e, em setembro de 2001, o resultado foi deficitário em 914 milhões.

Com este resultado de setembro, o déficit em conta corrente acumulado em 12 meses deve recuar de 15,2 bilhões de dólares em agosto (3,1% do PIB) para 13,3 bilhões (2,8% do PIB). A estimativa de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) é de 800 milhões de dólares em setembro (contra 882 milhões em agosto).

O CSFB, entretanto, não espera superávits em transações correntes a partir de outubro, por dois motivos: o saldo comercial tende a ser menor no último trimestre do ano em comparação com o terceiro trimestre e há maior concentração de pagamentos de juros no nos últimos meses do ano.

Além dos dados de conta corrente e IED, o mercado ficará atento aos resultados das preliminares de contas externas de outubro, que também devem ser antecipados pelo Banco Central.

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