Economia

Taxa paga a credenciadoras de cartões deve cair entre 30% e 35%

Brtasília - A taxa de desconto, paga pelos comerciantes às empresas credenciadoras de cartões, deve cair entre 30% e 35% em um ou dois anos, na expectativa do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Roque Pellizzaro Junior. A projeção foi feita porque, a partir de quinta-feira, 1º, os lojistas de todo o País poderão […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Brtasília - A taxa de desconto, paga pelos comerciantes às empresas credenciadoras de cartões, deve cair entre 30% e 35% em um ou dois anos, na expectativa do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Roque Pellizzaro Junior. A projeção foi feita porque, a partir de quinta-feira, 1º, os lojistas de todo o País poderão ter apenas uma máquina de cartões de crédito, independentemente da bandeira do cartão de seus clientes. Essa mudança, aguardada há anos pelo mercado, deve representar uma redução de custos para os comerciantes e, consequentemente, para os consumidores. Atualmente, esta taxa varia entre 3,5% e 5% por compra, de acordo com ele, excluindo-se os 100 grandes varejistas e os postos de gasolina, que possuem contratos diferenciados.

"Já estamos fazendo um alerta aos lojistas para que, os que conseguirem redução dessa taxa, a repassem logo para o consumidor", disse há pouco o presidente da CNDL em entrevista à Agência Estado. Como o varejo é um setor altamente competitivo, segundo ele, o reflexo da diferença de preços se dará no aumento da base de clientes.

Pellizzaro Junior salientou, no entanto, que o comerciante precisa estar atento para não se deixar influenciar apenas por descontos em aluguéis das máquinas (POS, de point of sale, na sigla em inglês). "O aluguel é apenas a ponta do iceberg e aceitar apenas esse desconto é cair no conto do vigário", avaliou. De acordo com ele, para uma loja que tenha faturamento mensal de R$ 150 mil, o custo do aluguel é insignificante.

O presidente da CNDL projeta que as duas maiores empresas do setor (Redecard e Cielo) perderão nos próximos seis meses 50% de sua base de clientes. Ele salientou que, mesmo que grandes redes mantenham a opção das duas máquinas em suas unidades, o pequeno comércio é muito mais numeroso e é o que tende a optar por uma ou outra credenciadora. De acordo com ele, existem 3,5 milhões de POS no mercado hoje. "Por isso há tanta propaganda ultimamente. Li outro dia que a indústria despendeu R$ 150 milhões em propaganda neste semestre e antes ela não gastava nem um centavo", comparou.

Apesar de considerar o fim da exclusividade um avanço para o setor, o presidente da CNDL mostrou-se ainda preocupado com o esforço das grandes empresas em tentar fidelizar seus clientes. Algumas das ofertas para os lojistas consistem em reduzir - ou até zerar - a cobrança do aluguel das POS desde que o comerciante permaneça com a máquina por um tempo determinado - geralmente um ou dois anos. "Uma das empresas está fazendo promoções e sorteios para reter o lojista em sua base. Vão sortear automóveis, televisores, viagens, periquito, papagaio... tudo", ironizou.

Ainda que não concorde com todos os meios de conquista do cliente, Pellizzaro Junior ressaltou que essa pressão por parte da indústria é bem vinda porque demonstra que as empresas do setor começaram a concorrer entre si. "Amanhã daremos início à Lei Áurea do varejo", disse. Ele prometeu, no entanto, que o foco dos comerciantes será o de cada vez mais buscar reduzir as taxas de desconto e não aceitar apenas diminuição do preço do aluguel.

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