Taxa de desemprego e renda no Brasil sobem em setembro
Resultado vai na contramão da tendência dos últimos anos, quando a taxa de desemprego registra desaceleração mensal no segundo semestre
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 13h51.
Rio de Janeiro/São Paulo - A taxa de desemprego brasileiro subiu para 5,4 por cento em setembro, acima do esperado e interrompendo sequência de duas quedas, mas o rendimento da população avançou pelo segundo mês.
Em agosto, o desemprego no país havia ficado em 5,3 por cento, ainda assim o dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira é o melhor resultado para o mês na série histórica iniciada em 2002, juntamente com setembro de 2012.
O resultado vai na contramão da tendência dos últimos anos, quando a taxa de desemprego registra desaceleração mensal no segundo semestre. "Houve uma inflexão, mas não se esperava que o ritmo de queda fosse contínuo e do mesmo tamanho sempre", disse o pesquisador do IBGE Cimar Azeredo.
Para especialistas, o mercado de trabalho tem dado sinais de moderação, apesar de as taxas de desemprego continuarem em patamares considerados baixos.
"No geral, o mercado de trabalho continua operando ao redor do pleno emprego, mas a taxa de criação de emprego e crescimento do rendimento real estão moderando", afirmou o economista sênior do Goldman Sachs, Alberto Ramos, por meio de nota.
Ainda segundo o IBGE, o rendimento da população brasileira cresceu 1 por cento em setembro, ante agosto, e 2,2 por cento sobre um ano antes. Na média, ficou em 1.908,00 reais no mês passado.
O rendimento da população brasileira, que vinha perdendo força desde o começo do ano afetada pela inflação elevada, havia mostrado recuperação marginal em agosto depois de cinco meses em queda.
No entanto, segundo Ramos, no acumulado do ano a renda cresceu apenas 2,7 por cento, menos da metade da variação vista no mesmo período do ano passado, de 6,0 por cento.
Desocupação
A população desocupada aumentou 2,5 por cento ante agosto e 0,2 por cento em relação a setembro do ano passado, totalizando 1,328 milhão de pessoas, informou o IBGE. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.
Segundo o IBGE, a população ocupada caiu 0,1 por cento, atingindo 23,194 milhões de pessoas em setembro. Na comparação com setembro do ano passado, houve crescimento de 0,1 por cento.
A geração de vagas diminuiu bastante nos últimos meses, de acordo com o IBGE. De 2010 a 2012, a taxa variou entre 2 e 4 por cento e, neste ano, opera num patamar que oscila de zero a 1,5 por cento.
A taxa média de desemprego no ano é praticamente igual a do ano passado: 5,6 por cento, contra 5,7 por cento nos 9 primeiros meses de 2012. O baixo desemprego é um dos principais fatores para o bom desempenho do consumo nos últimos anos, embora tenha havido desaceleração em 2013. Ele também é uma das causas da inflação, que se mantém acima do centro da meta do governo há três anos e deve continuar elevada nos próximos anos.
Apesar da leve alta da taxa de desemprego entre agosto e setembro, o emprego com carteira avançou 1 por cento ante agosto (113 mil pessoas) e 3,5 por cento frente a setembro de 2012 (399 mil pessoas). "As empresas estão com dificuldade para contratar, mas parece que fazem um esforço para dar mais qualidade ao trabalhador", ressaltou o pesquisador do IBGE.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, já havia captado esse melhor desempenho ao mostrar geração de 211.068 postos de trabalho em setembro. Foi o melhor mês desde maio de 2012.
Outro dado positivo foi a contratação no segmento da indústria. O emprego no setor cresceu 1,8 por cento ante o mês anterior (68 mil)e 0,5 por cento frente a setembro de 2012 (19 mil). "Movimento positivo para essa época do ano porque a indústria começa a se preparar para o fim do ano , especialmente em São Paulo", frisou Azeredo.
Pesquisa da Reuters apontava para a repetição da taxa de desemprego de 5,3 por cento de agosto.
Rio de Janeiro/São Paulo - A taxa de desemprego brasileiro subiu para 5,4 por cento em setembro, acima do esperado e interrompendo sequência de duas quedas, mas o rendimento da população avançou pelo segundo mês.
Em agosto, o desemprego no país havia ficado em 5,3 por cento, ainda assim o dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira é o melhor resultado para o mês na série histórica iniciada em 2002, juntamente com setembro de 2012.
O resultado vai na contramão da tendência dos últimos anos, quando a taxa de desemprego registra desaceleração mensal no segundo semestre. "Houve uma inflexão, mas não se esperava que o ritmo de queda fosse contínuo e do mesmo tamanho sempre", disse o pesquisador do IBGE Cimar Azeredo.
Para especialistas, o mercado de trabalho tem dado sinais de moderação, apesar de as taxas de desemprego continuarem em patamares considerados baixos.
"No geral, o mercado de trabalho continua operando ao redor do pleno emprego, mas a taxa de criação de emprego e crescimento do rendimento real estão moderando", afirmou o economista sênior do Goldman Sachs, Alberto Ramos, por meio de nota.
Ainda segundo o IBGE, o rendimento da população brasileira cresceu 1 por cento em setembro, ante agosto, e 2,2 por cento sobre um ano antes. Na média, ficou em 1.908,00 reais no mês passado.
O rendimento da população brasileira, que vinha perdendo força desde o começo do ano afetada pela inflação elevada, havia mostrado recuperação marginal em agosto depois de cinco meses em queda.
No entanto, segundo Ramos, no acumulado do ano a renda cresceu apenas 2,7 por cento, menos da metade da variação vista no mesmo período do ano passado, de 6,0 por cento.
Desocupação
A população desocupada aumentou 2,5 por cento ante agosto e 0,2 por cento em relação a setembro do ano passado, totalizando 1,328 milhão de pessoas, informou o IBGE. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.
Segundo o IBGE, a população ocupada caiu 0,1 por cento, atingindo 23,194 milhões de pessoas em setembro. Na comparação com setembro do ano passado, houve crescimento de 0,1 por cento.
A geração de vagas diminuiu bastante nos últimos meses, de acordo com o IBGE. De 2010 a 2012, a taxa variou entre 2 e 4 por cento e, neste ano, opera num patamar que oscila de zero a 1,5 por cento.
A taxa média de desemprego no ano é praticamente igual a do ano passado: 5,6 por cento, contra 5,7 por cento nos 9 primeiros meses de 2012. O baixo desemprego é um dos principais fatores para o bom desempenho do consumo nos últimos anos, embora tenha havido desaceleração em 2013. Ele também é uma das causas da inflação, que se mantém acima do centro da meta do governo há três anos e deve continuar elevada nos próximos anos.
Apesar da leve alta da taxa de desemprego entre agosto e setembro, o emprego com carteira avançou 1 por cento ante agosto (113 mil pessoas) e 3,5 por cento frente a setembro de 2012 (399 mil pessoas). "As empresas estão com dificuldade para contratar, mas parece que fazem um esforço para dar mais qualidade ao trabalhador", ressaltou o pesquisador do IBGE.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, já havia captado esse melhor desempenho ao mostrar geração de 211.068 postos de trabalho em setembro. Foi o melhor mês desde maio de 2012.
Outro dado positivo foi a contratação no segmento da indústria. O emprego no setor cresceu 1,8 por cento ante o mês anterior (68 mil)e 0,5 por cento frente a setembro de 2012 (19 mil). "Movimento positivo para essa época do ano porque a indústria começa a se preparar para o fim do ano , especialmente em São Paulo", frisou Azeredo.
Pesquisa da Reuters apontava para a repetição da taxa de desemprego de 5,3 por cento de agosto.