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Suzano estréia no mercado de crédito de carbono

O projeto da companhia de papel e celulose é o maior já credenciado na bolsa Chicago Climate Exchange

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

A Suzano acaba de agregar um novo produto ao seu portfólio. A empresa de papel e celulose ingressou no mercado de crédito de carbono e credenciou 5 milhões de créditos de carbono na Chicago Climate Exchange (CCX), organização nos Estados Unidos que se dedica exclusivamente à negociação desse tipo de ativo. A preço de hoje, a Suzano poderia embolsar cerca de 6,1 milhões de dólares. A cotação do crédito, desde o início das negociações na CCX, tem variado, na média, entre 90 centavos e 1 dólar.

Segundo o diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios, Andre Dorf, a empresa é a primeira a credenciar um projeto de seqüestro de carbono baseado em florestas de eucalipto. "E é o projeto com o maior volume já credenciado na CCX", diz Dorf. Cada tonelada de carbono seqüestrado, como se diz no jargão ambiental, equivale a um crédito. Ou seja, para o período de 2003 a 2006, a Suzano habilitou 5 milhões de toneladas de carbono para ofertar a possíveis compradores.

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As negociações da CCX funcionam como numa bolsa de valores eletrônicas. Compradores e vendedores do ativo fazem suas ofertas no sistema via internet. O preço-alvo para a venda dos ativos, Dorf não divulga. Mas, ao que tudo indica, a empresa está otimista com o futuro desse mercado, já que estabelece prazo para fazer uma oferta de venda.

A sinalização do governo russo de aderir ao Protocolo de Kyoto anima ainda mais os participantes desse novo mercado. Para o protocolo entrar em vigor, é necessário que os países em desenvolvimento responsáveis por 55% das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) assinem o acordo. Caso a Rússia assine, o protocolo já pode entrar em vigor.

Segundo Dorf, o fato de o Protocolo de Kyoto ainda não ter sido assinado não prejudica em nada a operação da Suzano. O diretor explicou que a CCX é baseada em um contrato entre as empresas que se voluntariaram a reduzir em 1% ao ano as emissões de GEEs entre 2003, ano de criação da bolsa, e 2006. Além disso, a CCX não se sobrepõe ao período previsto pelo protocolo para a redução das emissões, que vai de 2008 a 2012. A bolsa foi fundada por 24 empresas e hoje conta com 52 companhias, sendo a Klabin, a única brasileira até então.

Desde o início das negociações, no primeiro semestre deste ano, as participantes desse mercado já negociaram 1,5 milhão de toneladas de carbono. Segundo cálculos da Suzano, as empresas fundadoras teriam que até 2006 reduzir as emissões de suas fábricas em 30 milhões de toneladas. Como sai mais caro mudar a matriz energética para cumprir essa meta, Dorf estima que esse volume seja, portanto, a demanda potencial por créditos de carbono. A Klabin, que credenciou-se na CCX no início do ano com um projeto de seqüestro de carbono baseado em uma floresta de pinus, ainda não vendeu nenhum crédito.

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