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Superávit do agronegócio sustenta balança comercial

Saldo comercial do setor agropecuário fechou o primeiro semestre em US$ 11,281 bilhões resultado considerado espantoso e acima do saldo de total da balança comercial brasileira, que contabilizou um superávit de US$ 10,398 bilhões

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h38.

refletindo principalmente a melhora no preço internacional do produto. Em igual período do ano passado, o grão de soja participava com 3,5% do total - quase a metade do que representa hoje.

Para Getúlio Pernambuco, o campo continua a sustentar os superávits comerciais do Brasil enquanto a cotação do real se manter no patamar atual. O limite do setor é um dólar a 2,80 reais , diz. A estimativa é que a agropecuária encerre o ano com um saldo comercial de 28 bilhões de dólares. Mas passado o primeiro semestre, quando se concentram os embarques de soja, as exportações já sinalizam retração.

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Sinais de retração

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14/7) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a média diária contabilizada pelas exportações nas duas primeiras semanas de julho (267,7 milhões de dólares) teve uma retração de 1,1% em relação a julho do ano passado (270,6 milhões de dólares) e de 8,9% em relação ao mês de junho de 2003 - puxadas pela queda na exportação de produtos básicos. Em relação ao ano passado, a venda de artigos primários caiu 14,1% (de 89,9 milhões de dólares para 77,2 milhões, principalmente com a retração dos embarques de petróleo em bruto, farelo de soja, café, minérios e soja em grão). Não sabemos se o produtor não está aguardando uma nova desvalorização do real e estocando o produto , diz Oliveira. Seja como for, a agricultura não conseguirá sustentar o saldo positivo se a economia brasileira voltar a crescer. Especialistas também ponderam que a greve da Receita Federal pode estar distorcendo os números.

Na avaliação do professor da FVG-EAESP, as exportações aumentaram e as importações caíram não apenas por conta da alta do dólar ou porque alguns setores vêm fazendo uma eficiente substituição das importações e paralelamente buscam novos mercados para seus produtos. A balança comercial também reflete a queda dos negócios no mercado interno. Por um lado, faz o empresário buscar a exportação para compensar a desaceleração das vendas internas, por outro, limita as importações.

No acumulado de janeiro a junho deste ano, sobre igual período do ano passado, a queda na importação afetou setores chaves para o crescimento econômico, como o de bens de capital, que inclui máquinas e equipamentos (-15%). Se abraçarmos o discurso do governo e esperarmos o espetáculo do crescimento para o próximo ano, as exportações tendem a cair e as importações vão crescer nos setores importantes, mas deficitários, como eletroeletrônicos -e o saldo dificilmente se sustentará mesmo com resultados espantosos do agronegócio.

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