Situação das indústrias é a pior desde 2003, diz FGV

As indústrias brasileiras passam pelo seu pior momento desde 2003 e dão sinais de que a desaceleração da atividade se acentuou nos últimos meses, em decorrência do aperto dos juros. Segundo sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apenas 16% das empresas consideram que o atual momento é positivo para os negócios, contra 33% que o consideraram fraco. A diferença (situação boa, menos situação fraca) é de -17 pontos percentuais (p.p.). Trata-se do pior resultado desde julho de 2003, quando o saldo chegou a -36 p.p.

A situação atual também contaminou negativamente as projeções para os próximos meses. Para o trimestre julho-setembro, 43% dos entrevistados prevêem aumento da demanda, contra 19% que esperam queda. A diferença de 24 p.p. é bem inferior aos 44 p.p. registrados em julho de 2004, quando a economia ainda crescia fortemente. O número também é menor que os 38 p.p. do período de abril a junho deste ano.

Os empresários também estão pessimistas quanto ao comportamento do nível de emprego no próximo trimestre. Para 16% dos entrevistados, o número de vagas crescerá. Mas 20% esperam queda. A diferença (-4 p.p.) contrasta com a expectativa positiva de julho de 2004, quando 35% das respostas apostavam em alta e apenas 7%, em queda. Entre abril e junho deste ano, a diferença em favor do aumento das vagas foi de 14 p.p.