Economia

Situação da indústria é a pior em dois anos

Sondagem da Fundação Getúlio Vargas aponta continuidade da desaceleração industrial. Estoques e demanda estão tão baixos quanto em julho de 2003

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.

A indústria brasileira enfrenta um nível de atividade tão baixo quanto nos primeiros meses do governo Lula, em 2003, segundo a 156ª sondagem conjuntural da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A fraca demanda e o aumento dos estoques, aliados ao pequeno espaço para reajuste dos preços nos próximos meses, fazem com que o otimismo das empresas também seja o pior desde julho de 2003.

A pesquisa entrevistou 930 indústrias entre 28 de junho e 25 de julho. A demanda atual foi considerada forte por 14% e fraca por 27% dos respondentes. A diferença, -13 pontos percentuais (pp) é o resultado mais desfavorável desde julho de 2003, quando alcançou 34 pp. Com menos procura por seus produtos, as empresas estão acumulando estoques. A sondagem revelou que 14% dos participantes estão com excesso de estoque, contra 10% em abril. A porcentagem também é a maior dos últimos dois anos, mês em que 22% das empresas encontravam-se nessa situação.

O enfraquecimento da demanda foi apontada por 25% das empresas como o principal motivo que impede o aumento da produção. Trata-se da maior taxa verificada desde outubro de 2003, quando a mesma resposta foi dada por 40% dos entrevistados.

Toda essa conjuntura levou as companhias a apresentarem a avaliação mais pessimista, nos últimos dois anos, sobre a situação geral dos negócios. O momento é considerado bom por 16% dos participantes, contra 29% dos que o consideram fraco. Segundo a FGV, os números também são os piores desde julho de 2003, quando 9% dos entrevistados afirmaram que a situação dos negócios era boa e 50%, fraca.

As expectativas para os próximos meses também foram contaminadas pelo pessimismo atual: 44% dos pesquisados prevêem melhorar na situação geral dos negócios, nesse período. Já 17% afirmam que haverá piora. A diferença entre os otimistas e os pessimistas, 27 pp, é também a menor dos últimos dois anos. Em julho de 2003, a margem havia sido de 4 pp em favor dos otimistas.

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