A demanda por carvão coque no Brasil está prevista para dobrar em quatro ou cinco anos (Alexandre SantAnna/Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2011 às 11h27.
Rio de Janeiro - Os investimentos em siderurgia terão de superar as dificuldades de abastecimento de carvão. Companhias, incluindo a Vale, ArcelorMittal, Techint e Wuhan Iron and Steel Co. planejam adicionar um total de 19,2 milhões de toneladas de capacidade siderúrgica extra no Brasil em 2016, mas alguns projetos provavelmente não serão levados a frente por causa da escassez de carvão metalúrgico, ou carvão coque, afirmou o diretor da Sage Consultoria, Luiz Sarcinelli, em uma conferência sobre a matéria-prima no Rio de Janeiro.
"A situação está ficando cada vez mais difícil. A demanda de carvão coque está crescendo na maioria dos países que têm deficiência desta matéria-prima, como China, Brasil e Índia, onde a produção de aço é mais crescente", disse Sarcinelli.
A demanda por carvão coque no Brasil está prevista para dobrar em quatro ou cinco anos, com os novos projetos adicionando um extra de 23,6 milhões de toneladas de demanda, afirmou Otacilio Peçanha, da Negotiare Consultoria. Ao mesmo tempo, os preços do carvão coque continuarão a subir com a demanda conduzida pela China, que já provou um aumento de seis vezes durante a última década, para cerca de US$ 330 a tonelada recentemente, afirmou o executivo.
Os prospectos para parte dos novos projetos siderúrgicos no Brasil parecem "duvidosos" nesse cenário, destacou Peçanha. Os projetos relacionados à mineradora Vale e ao Porto de Açu, a serem desenvolvidos pelo grupo EBX do bilionário Eike Batista, podem ainda receber o "empurrão" necessário para serem levados adiante, segundo ele. As informações são da Dow Jones.