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Sem BNDES, vendas de máquinas agrícolas no Brasil devem cair

Conforme a Anfavea, investimento necessário para cobrir toda a demanda do setor agrícola seria de R$ 14 bi. No entanto, o valor liberado foi de R$ 8,6 bi

Na segunda-feira, 15, o BNDES informou ter suspendido no dia 11 pedidos de crédito do Moderfrota e do Inovagro (Paulo Fridman/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2019 às 08h54.

Última atualização em 17 de abril de 2019 às 09h05.

São Paulo — Com o esgotamento dos recursos do programa Moderfrota, principal linha de financiamento de máquinas agrícolas do Brasil, às vésperas da maior feira de tecnologia agrícola do país, a Agrishow, o volume de negócios envolvendo maquinários deve recuar significativamente na edição de 2019, segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores ( Anfavea ), Alfredo Miguel Neto.

Na segunda-feira, 15, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ter suspendido no dia 11 pedidos de crédito do Moderfrota e do Inovagro, que financia investimentos em inovação no setor, na safra 2018/19. "O grande produtor tem alternativas, com linhas do banco onde é correntista, mas o pequeno e o médio não têm. As vendas não devem parar na feira, mas vai haver uma redução grande", disse Miguel Neto ao Broadcast Agro. A Agrishow será realizada em Ribeirão Preto (SP) de 29 de abril a 3 de maio.

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Conforme o executivo da Anfavea, o investimento necessário para cobrir toda a demanda do setor agrícola seria de R$ 14 bilhões. No entanto, o valor liberado foi de R$ 8,6 bilhões, além de mais R$ 470 milhões liberados para o Moderfrota no fim de fevereiro.

Outras linhas usadas por produtores rurais para financiar a compra de máquinas, como Pronaf (destinada a agricultores familiares) e do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, estão esgotadas.

Miguel Neto diz que ainda é difícil estimar o tamanho da redução durante a Agrishow e que será preciso observar a reação dos produtores. O executivo lembra que a rentabilidade no campo aumentou nos últimos anos, o que poderia levar o setor a usar recursos próprios.

Não há, por ora, qualquer sinalização do Ministério da Agricultura de novo remanejamento de recursos para a linha, de acordo com o vice-presidente da Anfavea. "O ministério não tem dinheiro novo nem de onde remanejar recursos. Temos falado constantemente com eles", afirma o executivo.

As esperanças do setor agora se concentram no BB. Miguel Neto diz que existem comentários no mercado de que o banco liberaria cerca de R$ 500 milhões para o setor agrícola. Mesmo se isso ocorrer, diz ele, o montante seria suficiente apenas para 15 dias.

 

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