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Sangue azul

Em 1985, dois anos após fundar a Vancox, em Belo Horizonte, o joalheiro Ricardo Bronfen resolveu lotar uma mala com suas criações e tentar a sorte nos Estados Unidos. Depois de percorrer joalherias em Los Angeles, entrou numa lanchonete e colocou sobre uma mesa a mala com as jóias, que não estavam seguradas. Alguém lhe […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.

Em 1985, dois anos após fundar a Vancox, em Belo Horizonte, o joalheiro Ricardo Bronfen resolveu lotar uma mala com suas criações e tentar a sorte nos Estados Unidos. Depois de percorrer joalherias em Los Angeles, entrou numa lanchonete e colocou sobre uma mesa a mala com as jóias, que não estavam seguradas. Alguém lhe avisou que seu paletó estava sujo de ketchup. Foi o tempo de Bronfen virar de lado para limpar a roupa para a mala desaparecer e contabilizar prejuízo de 200 000 dólares. Ou seja, todo o seu capital. De volta a Belo Horizonte, o jeito foi recomeçar fabricando jóias de prata. Isso durou até 1992, quando ele pôde voltar às matérias-primas mais nobres.

A mulher de Bronfen, a artista plástica Wanda Gontijo, passou a desenhar colares, pulseiras e outras peças inspiradas na flora, na fauna e nas praias brasileiras. Mas ainda foram necessários cinco anos para que a Vancox superasse sua primeira e amadorística incursão ao mercado externo. Dessa vez, Bronfen fez certo: a empresa passou a participar permanentemente de grandes feiras de jóias nas principais cidades do mundo. Como a da Basiléia, na Suíça, a maior e mais requintada. Outro passo foi criar uma rede de representantes para distribuir as peças em lojas refinadas, como a Mitsukoshi, de Tóquio. Foi assim que a Vancox se aproximou do público certo: as princesas da família real saudita e outras representantes da nobreza européia que se identificam com o estilo requintado de Wanda. Um bracelete de ouro branco e amarelo com 2 432 diamantes e 70 000 dólares na etiqueta de preço foi considerado pela Vogue francesa uma das 100 jóias mais importantes do milênio. "Clientes de sangue azul nos dão muito status", diz Bronfen, cujas jóias podem custar de 5 000 a 450 000 reais. "Mas também produzimos para os simples mortais, desde que abastados." Este ano, as exportações da Vancox devem chegar a 4 milhões de dólares -- valor ao consumidor e, pela primeira vez, irão superar as vendas internas na proporção de 60% a 40%.

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Em 1985, dois anos após fundar a Vancox, em Belo Horizonte, o joalheiro Ricardo Bronfen resolveu lotar uma mala com suas criações e tentar a sorte nos Estados Unidos. Depois de percorrer joalherias em Los Angeles, entrou numa lanchonete e colocou sobre uma mesa a mala com as jóias, que não estavam seguradas. Alguém lhe avisou que seu paletó estava sujo de ketchup. Foi o tempo de Bronfen virar de lado para limpar a roupa para a mala desaparecer e contabilizar prejuízo de 200 000 dólares. Ou seja, todo o seu capital. De volta a Belo Horizonte, o jeito foi recomeçar fabricando jóias de prata. Isso durou até 1992, quando ele pôde voltar às matérias-primas mais nobres.

A mulher de Bronfen, a artista plástica Wanda Gontijo, passou a desenhar colares, pulseiras e outras peças inspiradas na flora, na fauna e nas praias brasileiras. Mas ainda foram necessários cinco anos para que a Vancox superasse sua primeira e amadorística incursão ao mercado externo. Dessa vez, Bronfen fez certo: a empresa passou a participar permanentemente de grandes feiras de jóias nas principais cidades do mundo. Como a da Basiléia, na Suíça, a maior e mais requintada. Outro passo foi criar uma rede de representantes para distribuir as peças em lojas refinadas, como a Mitsukoshi, de Tóquio. Foi assim que a Vancox se aproximou do público certo: as princesas da família real saudita e outras representantes da nobreza européia que se identificam com o estilo requintado de Wanda. Um bracelete de ouro branco e amarelo com 2 432 diamantes e 70 000 dólares na etiqueta de preço foi considerado pela Vogue francesa uma das 100 jóias mais importantes do milênio. "Clientes de sangue azul nos dão muito status", diz Bronfen, cujas jóias podem custar de 5 000 a 450 000 reais. "Mas também produzimos para os simples mortais, desde que abastados." Este ano, as exportações da Vancox devem chegar a 4 milhões de dólares -- valor ao consumidor e, pela primeira vez, irão superar as vendas internas na proporção de 60% a 40%.

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