Rio Grande do Sul também vai aderir à recuperação fiscal
Segundo Meirelles, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode conceder uma liminar para tirar os planos de recuperação fiscal do papel antecipadamente
Reuters
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 17h39.
Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 19h23.
Brasília - O ministro da Fazenda , Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira que a União iniciou conversas com o Rio Grande do Sul (RS) para recuperação fiscal ao Estado, acrescentando ainda que o governo enviará uma lei complementar ao Congresso Nacional para planos desta natureza.
Segundo Meirelles, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode conceder uma liminar para tirar os planos de recuperação fiscal do papel antecipadamente, até a lei complementar ser aprovada ou não pelo Legislativo.
"A ideia básica desse compromisso entre a União e os Estados é apresentar esses projetos que permita, em última análise, fechar as contas do Estado em 2017, 2018 e 2019.", disse o ministro da jornalistas.
O governo está prestes a fechar uma ajuda ao Rio de Janeiro (RJ), que também passa por forte crise de caixa, que deve incluir corte de despesas, privatização, entre outros.
Meirelles afirmou que a suspensão da dívida dos Estados junto à União --pleito dos entes em situação de caixa mais problemática, como RS e RJ-- ocorrerá somente após liminar do STF ou aprovação no Congresso.
Falando a jornalistas após encontro com o governador do RS, José Ivo Sartori (PMDB), Meirelles destacou que, no âmbito dos planos de ajuste e se realmente preciso, os Estados poderão receber empréstimos, mas na forma de antecipação de recursos de privatização.
"Primeiro haverá um corte de despesas, haverá suspensão do pagamento de dívida e só, caso necessário, será o empréstimo antecipando os resultados de uma privatização", afirmou.
Questionado a respeito, Sartori afirmou que o governo estadual não pensa no momento na privatização do banco Banrisul e que tem outros ativos que pode usar como garantia.
Segundo o ministro, na próxima semana o plano de recuperação fiscal gaúcho deve ter mais detalhes.
Meirelles disse ainda que, por enquanto, estão sendo fechados planos individuais para cada Estado que solicitou a recuperação fiscal e, assim, deverão passar pelo crivo do STF. Caso a lei complementar seja aprovada pelo Congresso, passará a valer de maneira uniforme para todos os entes.
Mas a tarefa não deve ser fácil. No apagar das luzes de 2016, o presidente Michel Temer vetou parcialmente o projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União, retirando do texto a criação de um regime de recuperação fiscal destinado às unidades em pior situação de caixa.
Isso porque o projeto teve as contrapartidas afrouxadas em votação final na Câmara dos Deputados.