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"Recuperação econômica está mais lenta que o esperado"

O diretor avaliou ainda que o modelo de crescimento baseado no incentivo ao crédito não está esgotado

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva: diretor afirmou que a economia brasileira mostrará uma recuperação mais forte a partir do segundo semestre (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2012 às 23h34.

São Paulo - A recuperação da economia brasileira será gradual, porém mais lenta do que o inicialmente imaginado, afirmou nesta quinta-feira o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, que disse prever um ritmo de crescimento anualizado no final deste ano de 3,2 a 4 por cento.

O diretor avaliou ainda que o modelo de crescimento baseado no incentivo ao crédito não está esgotado e elogiou o programa de concessões para investimentos em ferrovias e rodovias anunciado na quarta-feira pelo governo federal.

"Não estamos nem tanto ao mar, nem tanto à terra... Estamos passando por um ciclo normal em meio a uma economia internacional complicada", afirmou Awazu durante seminário "Os rumos da economia brasileira", da InterNews em São Paulo.

O diretor afirmou que a economia brasileira mostrará uma recuperação mais forte a partir do segundo semestre deste ano, em resposta ao afrouxamento monetário promovido pelo BC desde agosto de 2011, e também às medidas de estímulo ao crescimento implementadas pelo governo, principalmente as de incentivo ao crédito e ao consumo.

"Em relação a outros países, o modelo de crédito do Brasil ainda tem muito espaço para crescer, o que não significa que esse crescimento deve ser conduzido de forma desordenada e irresponsável", disse.


Além do estímulo ao crédito, Awazu destacou a importância do investimento na carente infraestrutura brasileira e elogiou o pacote de concessões de ferrovias e rodovias que prevê a aplicação de 133 bilhões de reais ao longo de 25 anos.

"O novo programa de concessões é uma iniciativa forte para diminuir o Custo Brasil e melhorar a qualidade do investimento. O governo está numa direção super correta", afirmou.

Apesar dos dados fortes de vendas no varejo divulgados nesta quinta-feira e do recente repique de índices inflacionários, o diretor do BC não sinalizou preocupações com eventuais pressões inflacionárias e disse que a inflação está caminhando para o centro da meta, de 4,5 por cento em 2012.

No entanto, Awazu ressaltou que o BC está muito atento aos problemas de safra enfrentados no hemisfério norte e aos possíveis choques inflacionários que essa situação possa gerar no Brasil. Os Estados Unidos estão passando por sua pior seca em cinquenta anos, o que está prejudicando as colheitas e aumentando os preços dos alimentos no mercado global.

Queda - Também presente ao evento, o ex-diretor de Política Monetária do BC Luiz Fernando Figueiredo disse que a atual política monetária do Brasil mostra-se mais sustentável do que a feita durante a crise financeira de 2008.

"O mix de política econômica que tem sido feito até agora é muito mais saudável do que o feito lá atrás... A queda da taxa de juros tem um componente muito mais sustentável atualmente", afirmou Figueiredo.

Awazu, por sua vez, quando questionado sobre a sustentabilidade da queda dos juros, respondeu: "Nós tivemos desde agosto de 2011 a visão de que havia fraquezas suficientemente fortes na economia internacional, notando que as condições futuras, ao longo de setembro, outubro, novembro, dezembro e o primeiro período de 2012 seriam um pouco mais negativas do que um conjunto de economistas pensavam".

"Então ... fomos mais tempestivos do que outros bancos centrais e acertamos nessa decisão." Em meio à deterioração da crise da dívida da zona do euro, o BC começou a cortar a taxa básica de juros em sua reunião de agosto de 2011 e desde então já foram feitos oito cortes. A Selic está atualmente em seu menor nível histórico, em 8 por cento ao ano.

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São Paulo - A recuperação da economia brasileira será gradual, porém mais lenta do que o inicialmente imaginado, afirmou nesta quinta-feira o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, que disse prever um ritmo de crescimento anualizado no final deste ano de 3,2 a 4 por cento.

O diretor avaliou ainda que o modelo de crescimento baseado no incentivo ao crédito não está esgotado e elogiou o programa de concessões para investimentos em ferrovias e rodovias anunciado na quarta-feira pelo governo federal.

"Não estamos nem tanto ao mar, nem tanto à terra... Estamos passando por um ciclo normal em meio a uma economia internacional complicada", afirmou Awazu durante seminário "Os rumos da economia brasileira", da InterNews em São Paulo.

O diretor afirmou que a economia brasileira mostrará uma recuperação mais forte a partir do segundo semestre deste ano, em resposta ao afrouxamento monetário promovido pelo BC desde agosto de 2011, e também às medidas de estímulo ao crescimento implementadas pelo governo, principalmente as de incentivo ao crédito e ao consumo.

"Em relação a outros países, o modelo de crédito do Brasil ainda tem muito espaço para crescer, o que não significa que esse crescimento deve ser conduzido de forma desordenada e irresponsável", disse.


Além do estímulo ao crédito, Awazu destacou a importância do investimento na carente infraestrutura brasileira e elogiou o pacote de concessões de ferrovias e rodovias que prevê a aplicação de 133 bilhões de reais ao longo de 25 anos.

"O novo programa de concessões é uma iniciativa forte para diminuir o Custo Brasil e melhorar a qualidade do investimento. O governo está numa direção super correta", afirmou.

Apesar dos dados fortes de vendas no varejo divulgados nesta quinta-feira e do recente repique de índices inflacionários, o diretor do BC não sinalizou preocupações com eventuais pressões inflacionárias e disse que a inflação está caminhando para o centro da meta, de 4,5 por cento em 2012.

No entanto, Awazu ressaltou que o BC está muito atento aos problemas de safra enfrentados no hemisfério norte e aos possíveis choques inflacionários que essa situação possa gerar no Brasil. Os Estados Unidos estão passando por sua pior seca em cinquenta anos, o que está prejudicando as colheitas e aumentando os preços dos alimentos no mercado global.

Queda - Também presente ao evento, o ex-diretor de Política Monetária do BC Luiz Fernando Figueiredo disse que a atual política monetária do Brasil mostra-se mais sustentável do que a feita durante a crise financeira de 2008.

"O mix de política econômica que tem sido feito até agora é muito mais saudável do que o feito lá atrás... A queda da taxa de juros tem um componente muito mais sustentável atualmente", afirmou Figueiredo.

Awazu, por sua vez, quando questionado sobre a sustentabilidade da queda dos juros, respondeu: "Nós tivemos desde agosto de 2011 a visão de que havia fraquezas suficientemente fortes na economia internacional, notando que as condições futuras, ao longo de setembro, outubro, novembro, dezembro e o primeiro período de 2012 seriam um pouco mais negativas do que um conjunto de economistas pensavam".

"Então ... fomos mais tempestivos do que outros bancos centrais e acertamos nessa decisão." Em meio à deterioração da crise da dívida da zona do euro, o BC começou a cortar a taxa básica de juros em sua reunião de agosto de 2011 e desde então já foram feitos oito cortes. A Selic está atualmente em seu menor nível histórico, em 8 por cento ao ano.

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