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Remy Sharp
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Investidores que participaram de uma conversa fechada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na terça-feira, 19, se surpreenderam positivamente com o realismo apresentado pelo chefe da equipe econômica. A EXAME conversou com três banqueiros e gestores de fundos que participaram de evento promovido pela Eurasia Group, em Nova York.

Haddad afirmou aos presentes que a primeira metade de 2023 foi complexa, diante da necessidade de aprovar diversas medidas, como o arcabouço fiscal e a retomada do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), além de reonerar os combustíveis.

Dependência do Congresso

A segunda metade do ano, disse o ministro da Fazenda aos presentes, continua desafiadora porque o governo depende do Congresso para aprovar diversas propostas, como a reforma tributária, a tributação de fundos, o orçamento de 2024 e outras medidas para reforçar a arrecadação federal.

"Haddad também nos disse que a meta fiscal de 2024, de zerar o déficit público, é bastante desafiadora, mas não deve ser alterada já que foi aprovada há tão pouco tempo. Ele ainda nos sinalizou que o trabalho dos ministros da Esplanada e dos parlamentares é gastar os recursos do orçamento para o bem-estar da população e o dele é dizer não para o aumento de despesas", afirmou um investidor que esteve com o ministro.

Outro relato do chefe da equipe econômica, segundos participantes do evento, foi o de que existe no Brasil a percepção de que quanto mais subsídios fiscais forem oferecidos, maior será o crescimento econômico.

"Haddad disse que essa avaliação é incorreta, que esses subsídios drenam 6% do PIB e não geram impactos positivos para a economia. A grande verdade é que a apresentação do ministro parecia a de um economista de Chicago, diante da qualidade do diagnóstico", afirmou um banqueiro presente no evento.

Preocupação com Estados Unidos e China

Por fim, relataram dois investidores, Haddad não fez promessas mirabolantes que eram comuns entre seus antecessores, demonstrou preocupação com os juros nos Estados Unidos e com desaceleração da economia chinesa, além de afirmar categoricamente que não há um "plano B" caso o Congresso não aprove as reformas propostas.

"Haddad não vendeu ideias mirabolantes ou políticas salvadoras. Ele fez uma apresentação 'pé no chão', mostrou que tem consciência dos desafios que tem pela frente e está interessado em ouvir quem pode contribuir para elevar a qualidade do debate no Brasil", finalizou um investidor.

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