Economia

Queda da relação dívida/PIB será mais difícil daqui em diante, diz CSFB

Banco estima que o superávit primário deveria subir para 4,7% do PIB apenas para estabilizar relação dívida/PIB em 52%. Mas o governo federal reage ao cenário menos folgado ampliando gastos, reajustando salário mínimo, contratando funcion

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.

A trajetória de queda da relação dívida pública/Produto Interno Bruto (de 57,2% em 2003 para 51,8% em 2004) corre risco de ser interrompida. Segundo os economistas do Credit Suisse First Boston (CSFB), tanto juros quanto câmbio, inflação e crescimento fatores da economia doméstica que condicionam a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB tendem a ser menos favoráveis em 2005 do que no ano passado.

Mas o que reforça o receio da equipe do CSFB é a reação do governo a essas tendências. O governo responde ao cenário menos folgado ampliando o gasto discricionário, reajustando o salário mínimo, contratando funcionários públicos e acenando com alguma flexibilização na aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (leia reportagem sobre as fragilidades da política fiscal).

No cenário externo, afirmam os analistas, se a atual situação de farta liquidez e alto crescimento piorar sensivelmente em 2006, o câmbio tenderá a ser mais pressionado, os juros domésticos permanecerão elevados por um prazo mais longo e a economia tenderá a desacelerar. Para assegurar a trajetória de queda da dívida/PIB, será necessário elevar o superávit primário, mas 2006 é ano de eleição presidencial. Portanto, a dificuldade política para apertar o cinto será maior do que a atual.

Para o CSFB, a hora de elevar a meta de superávit, por conta dessa condicionante política, é agora. Para manter a dívida/PIB estável de 2004 para 2005, o banco estima que o superávit primário deveria ser elevado para 4,7% do PIB. Porém, mais uma vez, os acenos do governo são preocupantes, dando a entender que vai esperar primeiro o resultado das medidas de saneamento da previdência e o desempenho da arrecadação para depois tomar alguma decisão sobre um maior aperto fiscal.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Acelerada pela Nvidia, Google — e agora Amazon —, startup quer inovar no crédito para PMEs

Cigarro mais caro deve pressionar inflação de 2024, informa Ministério da Fazenda

Fazenda eleva projeção de PIB de 2024 para 3,2%; expectativa para inflação também sobe, para 4,25%

Alckmin: empresas já podem solicitar à Receita Federal benefício da depreciação acelerada