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Queda da inadimplência das empresas deve persistir até dezembro

A redução no primeiro semestre confirma a retomada da economia, segundo economistas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

Novas quedas no nível de inadimplência das empresas brasileiras devem acontecer até o final do ano, devido à recuperação da economia, que fortalecerá o caixa das companhias e lhes dará mais condições de renegociar ou quitar suas dívidas. "A inadimplência está em queda há três meses e, com o aquecimento dos negócios, deve continuar assim", afirma o gerente de Análise de Crédito da Serasa, Márcio Ferreira Torres.

A inadimplência recuou 16,6% no primeiro semestre, em relação a igual período do ano passado. Segundo Torres, o destaque foi o recuo de 21,2% no terceiro bimestre (maio a junho), contra quedas de 16,2% e de 12,2% no primeiro e no segundo bimestres, respectivamente. Segundo ele, a forte queda nos últimos dois meses coincidem com os primeiros sinais da recuperação da economia, como aumento de vendas e de produção.

Num momento em que o Banco Central assinala que pode voltar a elevar as taxas de juros para conter uma possível ameaça inflacionária, a empresa de análise de crédito detaca a relação entre taxa de juros e capacidade de pagamento das empresas. "À medida em que os juros sobem, a geração de caixa fica comprometida", diz Torres. Ele lembra que, há um ano, quando a taxa de juros era mais alta, o primeiro semestre terminou com a inadimplência 7,3% maior que a de igual período de 2003.

A economista-chefe do BES Investimentos, Sandra Utsumi, também aposta que mais empresas recuperarão sua capacidade de pagamento nos próximos meses. Do lado dos bancos, também há mais disposição para negociar, segundo Utsumi. "As instituições têm interesse em negociar com os inadimplentes, porque as dívidas não recebidas refletem negativamente no balanço", afirma.

Conforme a Serasa, nos seis primeiros meses do ano, os títulos protestados representaram 45% da inadimplência, contra 49% no período comparado. Já os cheques sem fundos subiram de 36% para 39%. Segundo Torres, essas variações estão dentro da margem normal de inadimplência. "O aumento do número de cheques não significa, necessariamente, uma tendência", afirma. O valor médio dos cheques devolvidos foi de 1 150 reais em junho. Já os dos títulos protestados foi de 1 313 reais. No sistema financeiro, as dívidas médias eram de 2 760 reais.

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