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Queda da confiança da indústria é de acomodação, diz FGV

Pesquisadora destacou que a queda do ICI em dezembro ante novembro foi puxada principalmente pela piora das avaliações em relação à situação atual

Indústria: maior influência de queda do grau de satisfação atual se deu pelo nível de demanda (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 14h09.

São Paulo - A queda de 1,5% do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em dezembro após dois meses seguidos de alta deve ser interpretada como um movimento de acomodação, avaliou nesta segunda-feira, 29, a pesquisadora do Ibre/FGV Tabi Thuler Santos, ao comentar os resultados do indicador .

Isso porque, segundo ela, o recuo não foi suficiente para anular os avanços de outubro (1,8%) e novembro (3,6%), permitindo que o ICI fechasse o quarto trimestre em alta de 1,4%, após quedas de 9% e 7% no terceiro e segundo trimestres do ano, respectivamente.

"Terminamos o ano parecido com como ele começou. Após leituras não tão positivas das últimas altas, voltamos com essa queda, o que mostra que o ensaio de recuperação do setor no quarto trimestre não se concretizou", avaliou a pesquisadora em entrevista coletiva à imprensa.

Tabi destacou que a queda do ICI em dezembro ante novembro foi puxada principalmente pela piora das avaliações em relação à situação atual, cujo índice recuou 2,2%, para 84 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,9%, para 84,6 pontos.

A maior influência de queda do grau de satisfação atual se deu pelo nível de demanda, principalmente a interna, que caiu 8,1% em dezembro, após alta de 11% em novembro.

O porcentual de empresas que consideram o nível de demanda interna fraco foi de 34,4%, o maior desde março de 2009 (36,9%).

Essa queda se deu em nove de 14 gêneros pesquisados, o equivalente a 64%. Em categorias de uso, ele caiu em bens duráveis, material para construção e bens intermediários.

Já o nível de estoques, que também é um dos quesitos do Índice da Situação Atual (ISA), melhorou, após uma queda no porcentual de empresas que consideram os estoques excessivos: de 13,3% para 10,1%, nível ainda assim considerado alto.

Também um dos quesitos, a situação atual dos negócios, por sua vez, piorou, com queda da proporção daquelas que consideram a situação boa (de 12,8% para 12,4%), ao mesmo tempo em que houve aumento dos que acham a situação fraca (de 29,2% para 32,3%),

Já o Indicador de Expectativas foi influenciado principalmente pelo indicador de produção prevista, que recuou 4,6% em dezembro, para 109,4 pontos, menor nível desde julho deste ano (106,8 pontos).

Isso é resultado do porcentual de empresas que esperam diminuir a produção nos três meses seguintes, que aumentou de 20,3% para 23%, maior patamar desde fevereiro de 2009 (26,4%), enquanto as que querem aumentar a produção caiu de 35% para 32,4%.

A queda se deu em 64% dos gêneros, só não tendo caído na categoria de uso dos bens intermediários.

Já o emprego previsto também piorou, com o aumento da proporção das empresas que acham que vão diminuir o número de postos de trabalho nos próximos três meses (de 20% para 22,7%), acompanhado da diminuição daquelas que esperam que o emprego esteja maior (de 12,2% para 11,9%).

A pesquisadora pondera, contudo, que, em um horizonte de seis meses, as perspectivas são de alta.

"Isso mostra que o empresário não enxerga uma recuperação no curtíssimo prazo, mas, no curto e médio prazos, ele enxerga essa possibilidade", afirma.

Nova equipe econômica

Na avaliação da pesquisadora, dependendo de como a economia reagir ao "arrocho fiscal" prometido pela nova equipe econômica durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, a confiança da indústria poderá voltar a subir no segundo semestre do próximo ano, uma "alta moderada", mas melhor do que em relação a 2014, trazendo como possível consequência "até um ligeiro aumento do investimento".

"Isso já sinaliza a possibilidade de um segundo semestre melhor", afirmou.

Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria de transformação caiu de 82,7% em novembro para 81,3% em dezembro, três pontos porcentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado, configurando o menor patamar desde agosto de 2009.

Tabi destaca que o resultado veio após o indicador ficar "muito parado" durante o primeiro trimestre, quando ela avalia que os empresários tinham perspectiva de que a economia fosse melhorar, "o que não aconteceu".

"Esse resultado é uma sinalização de que não deve vir investimento por aí", previu.

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Isso porque, segundo ela, o recuo não foi suficiente para anular os avanços de outubro (1,8%) e novembro (3,6%), permitindo que o ICI fechasse o quarto trimestre em alta de 1,4%, após quedas de 9% e 7% no terceiro e segundo trimestres do ano, respectivamente.

"Terminamos o ano parecido com como ele começou. Após leituras não tão positivas das últimas altas, voltamos com essa queda, o que mostra que o ensaio de recuperação do setor no quarto trimestre não se concretizou", avaliou a pesquisadora em entrevista coletiva à imprensa.

Tabi destacou que a queda do ICI em dezembro ante novembro foi puxada principalmente pela piora das avaliações em relação à situação atual, cujo índice recuou 2,2%, para 84 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,9%, para 84,6 pontos.

A maior influência de queda do grau de satisfação atual se deu pelo nível de demanda, principalmente a interna, que caiu 8,1% em dezembro, após alta de 11% em novembro.

O porcentual de empresas que consideram o nível de demanda interna fraco foi de 34,4%, o maior desde março de 2009 (36,9%).

Essa queda se deu em nove de 14 gêneros pesquisados, o equivalente a 64%. Em categorias de uso, ele caiu em bens duráveis, material para construção e bens intermediários.

Já o nível de estoques, que também é um dos quesitos do Índice da Situação Atual (ISA), melhorou, após uma queda no porcentual de empresas que consideram os estoques excessivos: de 13,3% para 10,1%, nível ainda assim considerado alto.

Também um dos quesitos, a situação atual dos negócios, por sua vez, piorou, com queda da proporção daquelas que consideram a situação boa (de 12,8% para 12,4%), ao mesmo tempo em que houve aumento dos que acham a situação fraca (de 29,2% para 32,3%),

Já o Indicador de Expectativas foi influenciado principalmente pelo indicador de produção prevista, que recuou 4,6% em dezembro, para 109,4 pontos, menor nível desde julho deste ano (106,8 pontos).

Isso é resultado do porcentual de empresas que esperam diminuir a produção nos três meses seguintes, que aumentou de 20,3% para 23%, maior patamar desde fevereiro de 2009 (26,4%), enquanto as que querem aumentar a produção caiu de 35% para 32,4%.

A queda se deu em 64% dos gêneros, só não tendo caído na categoria de uso dos bens intermediários.

Já o emprego previsto também piorou, com o aumento da proporção das empresas que acham que vão diminuir o número de postos de trabalho nos próximos três meses (de 20% para 22,7%), acompanhado da diminuição daquelas que esperam que o emprego esteja maior (de 12,2% para 11,9%).

A pesquisadora pondera, contudo, que, em um horizonte de seis meses, as perspectivas são de alta.

"Isso mostra que o empresário não enxerga uma recuperação no curtíssimo prazo, mas, no curto e médio prazos, ele enxerga essa possibilidade", afirma.

Nova equipe econômica

Na avaliação da pesquisadora, dependendo de como a economia reagir ao "arrocho fiscal" prometido pela nova equipe econômica durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, a confiança da indústria poderá voltar a subir no segundo semestre do próximo ano, uma "alta moderada", mas melhor do que em relação a 2014, trazendo como possível consequência "até um ligeiro aumento do investimento".

"Isso já sinaliza a possibilidade de um segundo semestre melhor", afirmou.

Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria de transformação caiu de 82,7% em novembro para 81,3% em dezembro, três pontos porcentuais abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado, configurando o menor patamar desde agosto de 2009.

Tabi destaca que o resultado veio após o indicador ficar "muito parado" durante o primeiro trimestre, quando ela avalia que os empresários tinham perspectiva de que a economia fosse melhorar, "o que não aconteceu".

"Esse resultado é uma sinalização de que não deve vir investimento por aí", previu.

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