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Remy Sharp
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A economista Ana Paula Vescovi considera precoces as previsões de alguns analistas de queda da taxa de juro do país, a Selic, já em agosto. “O Banco Central deve conseguir baixar os juros mais para o final do ano. Temos a deflação no atacado muito importante e a supersafra brasileira ajudando a desinflacionar de forma mais acelerada a parte de alimentos, mas ainda falta uma convergência maior no setor de serviços – um mercado de trabalho muito robusto, que leva a salários reais que podem sustentar um patamar de consumo e certa pressão inflacionária”, avalia a economista-chefe do Santander Brasil.

“Como diz o próprio Banco Central nos seus comunicados ao mercado, é preciso ainda certa paciência, e essa fase que estamos passando agora, de desinflação de serviços, é a mais difícil”, aponta Ana Paula em entrevista ao Canal Um Brasil – uma realização da FecomercioSP.

Reforma tributária

Após três décadas de “paralisia”, a economista diz acreditar que há condições para que a reforma tributária seja aprovada até o fim do ano e comece a valer no fim do atual governo.

“Um terço do PIB de impostos é uma carga muito alta. Com a reforma tributária, haverá impacto no longo prazo e redução do custo de transação no país, além de diminuição dos custos do litígio tributário, melhoria do ambiente de negócios e mais segurança jurídica”, acrescenta.

A economista faz, ainda, uma comparação setorial. “Pensando no resto do mundo, o Brasil tributa pouco a indústria em relação ao setor de serviços, mas, na medida em que formos construindo esse acerto, gradualmente as coisas serão absorvidas. E o que permitirá absorver esse rebalanço gradual setorial será justamente o fato de haver uma redução nos custos de transação”, pondera. Ana Paula entende que, se tudo caminhar bem, “as empresas vão realmente gastar muito menos com o esforço de pagar impostos”.

Reforma administrativa

Ao contrário da reforma tributária, a economista vê a reforma administrativa fora da pauta do atual governo. No entanto, Ana Paula considera a reformulação da máquina pública imprescindível ao Brasil – para resolver, inclusive, a grande fragilidade macroeconômica existente hoje: o ajuste fiscal.

“Precisamos rediscutir o papel estatal, como a sociedade vai monitorar esse desempenho, o que faz sentido ter ação do governo, onde o mercado pode fazer melhor [...] para o Estado focar naquilo em que é indispensável. Temos um contingente de pessoas que dependem dele, isso deveria ser o foco absoluto: melhorar a qualidade dos serviços públicos. Só depois de fazer essa grande discussão é que teríamos a macroeconomia arrumada”, conclui.

Veja a entrevista completa

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