EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.
Em abril, os índices regionais da produção industrial apresentaram crescimento em nove dos doze locais cobertos pela Pesquisa Industrial do IBGE, divulgada nesta terça-feira. Essa predominância de resultados positivos em relação a abril de 2001 se deve, em parte, a um maior número de dias trabalhados, já que a Semana Santa, este ano, caiu em março.
As maiores taxas de crescimento foram observadas nas indústrias do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro (10,6% em ambas). Ceará (9,6%), região Sul (7,3%) e Santa Catarina (6,9%) também alcançaram taxas superiores à média nacional (6,0%). Espírito Santo (3,5%), São Paulo (3,4%), Paraná (0,7%) e Pernambuco (0,3%) completaram o conjunto de áreas com expansão da atividade fabril na comparação com abril do ano passado. As indústrias da Bahia (-6,6%), região Nordeste (-1,0%) e Minas Gerais (-0,3%) apresentaram reduções na produção.
A reação do setor industrial em abril também pode ser observada através do indicador acumulado no ano. Além do número de locais que ampliaram a produção (cinco) ter sido ligeiramente superior ao verificado no primeiro trimestre (quatro locais), as seis áreas que permaneceram com queda, registraram taxas superiores às assinaladas no indicador janeiro-março.
A indústria fluminense (5,8%) ficou na liderança do desempenho regional, com o seu crescimento apoiado no contínuo aumento da produção de petróleo e gás natural. Em seguida, vieram as indústrias do Rio Grande do Sul (3,1%), região Sul (1,7%), Espírito Santo (1,4%) e Santa Catarina (1,0%). Houve retração na produção em Pernambuco (-9,1%), região Nordeste (-4,9%), Ceará (-4,1%), Minas Gerais (-3,7%), São Paulo (-2,0%), Paraná (-2,0%) e Bahia (-1,2%), todas com quedas mais acentuadas do que a do total do país (-0,1%).
Em abril, a produção industrial do Nordeste apresentou queda de 1,0% em relação a igual mês do ano anterior, a nona consecutiva nesta comparação. No mesmo sentido, os indicadores acumulado no ano e nos últimos doze meses registraram recuos de 4,9% e 4,2%, respectivamente.
Em relação a abril de 2001, quatro dos quinze setores abordados reduziram a produção. A indústria química (-6,2%) e a metalúrgica (-7,9%) foram as contribuições negativas mais significativas. Por outro lado, produtos alimentares (7,5%), e vestuário e calçados (16,3%) foram as principais contribuições positivas para a definição do resultado obtido.
No indicador acumulado no ano, o comportamento negativo foi constatado em treze dos quinze segmentos abordados. Produtos alimentares (-11,6%) foi a principal contribuição negativa para a obtenção deste resultado. Nenhum segmento se destacou por apresentar uma contribuição positiva significativa na formação da taxa.
Já o índice acumulado nos últimos doze meses apresentou uma retração de 4,2%, em resposta ao comportamento negativo verificado em quatorze dos quinze setores levantados. As quedas mais consistentes foram observadas nos segmentos têxtil (-10,0%), vestuário e calçados (-15,2%) e metalúrgico (-7,5%). O setor de papel e papelão (9,5%) apresentou a única contribuição positiva.
São Paulo
Após quatro meses consecutivos em queda, a indústria de São Paulo voltou a assinalar, em abril, aumento em sua produção ( 3,4%) na comparação com igual mês do ano passado. Nos demais indicadores, os resultados foram negativos: -2,0% no acumulado do ano, e -0,3% nos últimos doze meses. Com exceção deste último confronto, os índices registrados pela indústria paulista são inferiores aos observados no total do país: 6,0%, -0,1% e -0,7%, respectivamente.
A taxa global na comparação com abril de 2001 resultou do crescimento em quinze dos dezenove setores investigados. O principal aumento ocorreu na indústria química (13,7%), que apresentou, em abril, a maior taxa de crescimento desde setembro de 2000 neste tipo de comparação. Em contrapartida, entre os quatro setores com desempenho negativo destaca-se o de material elétrico e de comunicações, com redução de 20,3%.
A produção acumulada em janeiro-abril apresentou resultados negativos em doze dos dezenove setores pesquisados. As reduções que mais pressionam a taxa global foram observadas em material elétrico e de comunicações (-12,5%), material de transporte (-5,1%) e metalúrgica (-4,0%). A indústria química, com expansão de 5,2%, exerce, neste confronto, o principal impacto positivo na formação da taxa.
No indicador acumulado nos últimos doze meses, a trajetória declinante no ritmo produtivo da indústria paulista iniciada em janeiro foi confirmada, embora tenha ocorrido de forma mais suave na passagem de março (-0,1%) para abril (-0,3%). A principal perda, entre os dois meses, ocorreu em material elétrico e de comunicações (de 8,0% para 4,1%) e o ganho mais significativo na química (de 0,9% para 1,9%).
Região Sul
Os principais indicadores da produção industrial da região Sul apontaram crescimento no mês de abril: 7,3% em relação a abril do ano passado, 1,7% no acumulado no ano e 1,2% no acumulado em doze meses.
O crescimento de 7,3% apresentado no indicador mensal de abril foi determinado, por um lado, pela performance positiva de fumo (47,8%), produtos alimentares (9,2%), material de transporte (17,2%), vestuário e calçados (14,7%), e por outro lado, pela influência negativa de material elétrico e de comunicações (-10,1 %) .
No período de janeiro a abril, desempenho favorável de produtos alimentares, fumo e mecânica, com avanço, respectivamente, de 6,7%, 48,7% e 9,1%, contra igual período do ano anterior, determinaram o resultado positivo da indústria neste tipo de comparação (1,7%). A influência negativa de maior impacto vem de material elétrico e de comunicações (-23,5%).
Segundo o indicador acumulado nos últimos doze meses, a indústria da região Sul revela certa estabilidade das taxas de crescimento, registrando 1,2% até abril contra 1,1% até março e 1,3% até fevereiro. Neste tipo de confronto, oito dos dezenove setores investigados registraram crescimento. A indústria alimentícia, com aumento de 5,6%, foi o setor que mais influenciou o resultado global. Respondendo pela contribuição negativa mais significativa, figuram química (-2,4%) e vestuário (-5,6%).