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Preço do petróleo bate segundo recorde consecutivo de alta

Pressões sobre a cotação aumentaram por causa de outro recorde, o de desvalorização do dólar diante da moeda européia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h34.

Pelo segundo dia consecutivo, o preço do barril de petróleo bateu recorde histórico, nesta quarta-feira (27/02), pressionado pela possibilidade de redução na oferta do produto, pelo enfraquecimento do dólar e pela busca da commodity como uma forma de proteção contra o aumento da inflação nos Estados Unidos.

Pela manhã, o barril de petróleo leve chegou à cotação de 102,08 dólares na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), acima do recorde registrado na terça-feira (26/02), quando o produto alcançou 101,43 dólares. Em Londres, por sua vez, o petróleo Brent cru começou o dia negociado a 100,53 dólares por barril, na Bolsa Intercontinental (ICE), após fechar a terça-feira em 99,47 dólares.

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Os preços só começaram a cair depois da divulgação do relatório semanal do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), que registrou um aumento de 3,2 milhões de barris nos estoques do país, acima das expectativas de elevação na casa dos 2,4 milhões.

Uma das fontes de pressão sobre o preço da commodity é a incerteza quanto às decisões a serem tomadas na próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), cartel dos principais produtores, responsáveis por 40% da oferta mundial. Em 05 de maio, o grupo deve se reunir em Viena, para debater a política de preços. O temor dos negociadores do mercado financeiro é de que se confirmem as especulações de redução na produção de petróleo, como propõem dos dois membros mais ativos, a Venezuela e o Irã.

A eventual diminuição do volume produzido estaria relacionada aos sinais mais recentes de desaceleração da economia americana, o que a longo prazo pode puxar para baixo a demanda. As últimas evidências de enfraquecimento dos gastos vieram nesta quarta-feira, sob a forma de uma redução surpreendente dos pedidos de bens duráveis à indústria e de declarações do presidente do Banco Central Americano (Fed), Ben Bernake, de que os "riscos de desaceleração" persistem no cenário.

Dólar e ouro também batem recordes

Também pesou para o recorde, entretanto, a trajetória de queda da moeda americana, em relação à européia. Não foi mera coincidência o fato de a cotação do dólar também ter alcançado, nesta quarta-feira, um recorde de desvalorização. O euro chegou a ser negociado por 1,51 dólares, logo após o pronunciamento do presidente do Fed. Uma vez que o petróleo é negociado em dólares, a desvalorização pressiona por um aumento de preços, para compensar o valor "perdido" com a baixa da moeda.

As mudanças no câmbio favorecem, ainda, o temor de aumento da inflação nos Estados Unidos, o que estimula a busca de proteção do capital por meio de investimentos em petróleo.

"Isso (o enfraquecimento do dólar) tem mantido o aumento do petróleo cru. Parece longe do fim a tendência de usar o petróleo como um 'semi-hedge'; contra a inflação, como acontece com o ouro", afirma ao jornal nova-iorquino Wall Street Journal o analista Brad Samples, da Summit Energy, consultoria americana especializada em energia.

Como argumento favorável a essa análise, a cotação do ouro também atingiu índice recorde, nesta quarta-feira, ao bater nos 965 dólares a onça-troy.

Para analistas internacionais ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, os preços do petróleo devem cair nos próximos dias, mas a fase de altos e baixos terá maior duração.

"Deve haver uma redução para 90 dólares ou mesmo 85 dólares por barril, no próximo trimestre, seguida por um novo aumento, ainda este ano. O petróleo a 100 dólares será o padrão por mais algum tempo" afirmou à Bloomberg um executivo da companhia de tecnologia petrolífera Genoil.

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