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Política fiscal e risco político são entraves, dizem BCs

Integrantes de bancos centrais alertam para os riscos que ameaçam minar esforços para reviver a economia mundial

Integrantes de bancos centrais durante conferência organizado pelo Banco Central mexicano na Cidade do México (Tomas Bravo/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2013 às 16h17.

Cidade do México - Política fiscal e riscos políticos ameaçam minar os esforços de bancos centrais para reviver a economia mundial, alertaram importantes integrantes de bancos centrais nesta terça-feira, enquanto se aproxima um possivelmente devastador default nos Estados Unidos.

Washington está travada em uma amarga disputa orçamentária que paralisou parcialmente o governo federal. O Federal Reserve , banco central norte-americano, tem alertado repetidamente que o impasse cria fortes obstáculos ao crescimento e ao mercado de trabalho e pode desencadear mais uma recessão se levar ao default dos EUA.

Embora haja progresso nas negociações, um acordo ainda está distante, informou a Casa Branca.

O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, disse em conferência na Cidade do México que as imensas compras de títulos pelo banco central dos EUA podem possivelmente minar sua independência se levarem a perdas no balanço patrimonial quando os juros subirem.

"Embora essa ameaça seja pequena, bancos centrais precisam estar cientes desses riscos e explicar claramente a motivação de suas ações para mitigar esses riscos", disse ele em declarações preparadas para conferência organizada pelo Banco do México, banco central mexicano.

"Uma ameaça muito mais importante à independência dos bancos centrais do que o uso de política monetária não convencional é se as autoridades fiscais agirem de maneira consistente com os objetivos do banco central", disse ele aos participantes do evento, sobre política monetária não convencional e independência de bancos centrais.


A Europa também está sofrendo pressão, com governos perdendo muita soberania em favor dos mercados financeiros, disse o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Klaas Knot, acrescentanto que é imperativo proteger a independência dos bancos centrais.

"Os balanços patrimoniais dos bancos centrais estão se tornando mais e mais expostos a risco econômico e pressão política", disse Knot à conferência.

"Eventualmente, isso pode resultar em um montante significativo de capital negativo no balanço patrimonial de um banco central. Isso não é desejável porque pode minar a credibilidade do banco central", acrescentou ele.

Senadores dos EUA expressaram esperança, nesta terça-feira, de um acordo bipartidário para dar fim à crise fiscal em Washington, mesmo após deputados republicanos proporem seu próprio plano, que a Casa Branca descartou.

Mesmo se democratas e republicanos se acertarem, o Senado pode aprovar um plano apenas na quarta-feira, disseram senadores, perto do prazo de quinta-feira, quando o governo Obama diz que atingirá o teto da dívida e correrá o risco de um default.

Alguns mostraram-se esperançosos em relação à perspectiva de um acordo.

"São muito boas notícias para todos os mercados, para os EUA e para mercados emergentes", disse um dos vice-presidentes do banco central mexicano, Manuel Sánchez.

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Cidade do México - Política fiscal e riscos políticos ameaçam minar os esforços de bancos centrais para reviver a economia mundial, alertaram importantes integrantes de bancos centrais nesta terça-feira, enquanto se aproxima um possivelmente devastador default nos Estados Unidos.

Washington está travada em uma amarga disputa orçamentária que paralisou parcialmente o governo federal. O Federal Reserve , banco central norte-americano, tem alertado repetidamente que o impasse cria fortes obstáculos ao crescimento e ao mercado de trabalho e pode desencadear mais uma recessão se levar ao default dos EUA.

Embora haja progresso nas negociações, um acordo ainda está distante, informou a Casa Branca.

O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, disse em conferência na Cidade do México que as imensas compras de títulos pelo banco central dos EUA podem possivelmente minar sua independência se levarem a perdas no balanço patrimonial quando os juros subirem.

"Embora essa ameaça seja pequena, bancos centrais precisam estar cientes desses riscos e explicar claramente a motivação de suas ações para mitigar esses riscos", disse ele em declarações preparadas para conferência organizada pelo Banco do México, banco central mexicano.

"Uma ameaça muito mais importante à independência dos bancos centrais do que o uso de política monetária não convencional é se as autoridades fiscais agirem de maneira consistente com os objetivos do banco central", disse ele aos participantes do evento, sobre política monetária não convencional e independência de bancos centrais.


A Europa também está sofrendo pressão, com governos perdendo muita soberania em favor dos mercados financeiros, disse o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Klaas Knot, acrescentanto que é imperativo proteger a independência dos bancos centrais.

"Os balanços patrimoniais dos bancos centrais estão se tornando mais e mais expostos a risco econômico e pressão política", disse Knot à conferência.

"Eventualmente, isso pode resultar em um montante significativo de capital negativo no balanço patrimonial de um banco central. Isso não é desejável porque pode minar a credibilidade do banco central", acrescentou ele.

Senadores dos EUA expressaram esperança, nesta terça-feira, de um acordo bipartidário para dar fim à crise fiscal em Washington, mesmo após deputados republicanos proporem seu próprio plano, que a Casa Branca descartou.

Mesmo se democratas e republicanos se acertarem, o Senado pode aprovar um plano apenas na quarta-feira, disseram senadores, perto do prazo de quinta-feira, quando o governo Obama diz que atingirá o teto da dívida e correrá o risco de um default.

Alguns mostraram-se esperançosos em relação à perspectiva de um acordo.

"São muito boas notícias para todos os mercados, para os EUA e para mercados emergentes", disse um dos vice-presidentes do banco central mexicano, Manuel Sánchez.

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