Plano criará fundos para comprar ativos podres
Governo vai leiloar os ativos e financiar metade da compra para quem oferecer mais por eles
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2009 às 15h43.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos revelou nesta segunda-feira detalhes do plano para limpar os ativos tóxicos dos bancos, aqueles que têm provocado baixas de bilhões de dólares no balanço dessas instituições.
Batizado de Programa de Investimento Público-Privado, o plano usará de 75 a 100 bilhões de dólares do Tesouro para alavancar capital privado até o valor de 500 bilhões de dólares em compra de ativos. O governo informou que existe a possibilidade de o valor do programa dobrar e chegar a 1 trilhão de dólares.
Inicialmente, os recursos públicos usados no plano virão do Tarp, o pacote de 700 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em outubro de 2008, para tentar salvar instituições financeiras em crise.
A identificação sobre quais papéis devem ser vendidos ficará a cargo dos próprios bancos em dificuldade. Eles formarão lotes de ativos que, em seguida, serão submetidos à FDIC. A agência analisará quanto se dispõe a oferecer como garantia e fará uma espécie de leilão. A instituição privada que oferecer o maior preço pelo ativo receberá acesso a um financiamento de 50% desse valor.
Uma comissão formada por bancos, reguladores, FDIC e Tesouro indicará os ativos que podem participar. Segundo o governo, a participação de investidores pessoais e fundos de pensão é particularmente encorajada.
Além de socorrer os bancos detentores de empréstimos imobiliários de alto risco, o programa também destina recursos ao mercado de seguros lastreados em hipotecas.
Vantagens do plano
Em defesa do plano, o governo dos EUA argumenta que a parceria com a iniciativa privada dilui os riscos e multiplica o poder de compra do dinheiro que sai dos cofres públicos. O programa também apresenta uma saída para o que especialistas apontam como a maior dificuldade na compra dos ativos podres, a precificação dos papéis.
Com o sistema de leilão na compra dos ativos, a concorrência entre as empresas acabará por determinar um preço justo e evitará que o governo pague demais pelos ativos.