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PIB do agronegócio cresce 1,9% no 1º semestre, diz Cepea

Cálculos do PIB do agronegócio são mais abrangentes que os feitos pelo IBGE para a agricultura, que inclui apenas a produção "dentro da porteira"

Segundo o Cepea, o agronegócio responde por 22,5 por cento das riquezas produzidas no país (Paulo Fridman/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 13h35.

São Paulo - O Produto Interno Bruto ( PIB ) do agronegócio brasileiro cresceu 1,9 por cento no primeiro semestre devido a um aumento da produção combinado a preços mais altos na comparação com o mesmo período do ano passado, disse nesta terça-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo, apontando um desempenho bem superior ao da economia brasileira em geral.

Os cálculos do PIB do agronegócio --incluindo produção primária, insumos, logística e agroindústrias-- são mais abrangentes que os feitos pelo IBGE para a agricultura, que inclui apenas a produção "dentro da porteira".

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Segundo o Cepea, o agronegócio responde por 22,5 por cento das riquezas produzidas no país.

No geral, a economia brasileira entrou em recessão no primeiro semestre, com retração de 0,6 por cento no segundo trimestre sobre os três meses anteriores, com forte retração nos investimentos e na indústria e a Copa do Mundo prejudicando a atividade econômica.

Nos cálculos do Cepea, a pecuária brasileira se destacou no primeiro semestre, com crescimento de 5,52 por cento, incluindo crescimento de 16,2 por cento na pecuária de corte.

A agricultura expandiu 2,91 por cento --com destaque para uma alta de 10,45 por cento no valor da produção de soja e de 31,7 por cento no algodão.

Já as indústrias do setor avançaram apenas 0,10 por cento no semestre, disse o Cepea.

"Entre as treze indústrias analisadas pelo Cepea, sete fecharam o período em baixa", disse o centro, em nota, destacando que a perda de participação das agroindústrias dentro do PIB do agronegócio é uma tendência dos últimos dez anos.

A perda de participação da agroindústria indica que o agronegócio não tem conseguido avançar nos segmentos de maior valor agregado, em boa parte devido às dificuldades enfrentadas na exportação de produtos manufaturados, disse o Cepea.

"Nas nossas exportações predominam as matérias-primas e semiprocessados, enquanto os processados e os produtos frescos (frutas, flores, por exemplo) enfrentam barreiras comerciais ou não atendem às exigências de qualidade e sanitárias", disse o coordenador do Cepea, professor Geraldo Barros.

Os setores de insumos e de distribuição cresceram 1,84 por cento e 1,57 por cento, respectivamente no primeiro semestre.

PERSPECTIVA PARA 2014 O PIB do agronegócio crescerá no máximo 3,8 por cento em 2014, estimou o Cepea, ante um crescimento de 3,92 por cento em 2013, quando o atingiu cerca de 1,1 trilhão de reais.

"Variações climáticas, no entanto, podem levar a ajustes nas estimativas atuais de produção nacional e mundial", disse o centro de pesquisas.

Já as perspectivas para o crescimento da economia em geral não são tão positivas. A pesquisa Focus do Banco Central divulgada na segunda-feira mostrou que a projeção para o crescimento do PIB brasileiro em 2014 caiu pela 16ª semana seguida, a apenas 0,33 por cento.

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