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Petróleo sobe quase US$ 11, a maior alta já registrada em um dia

Temor de que o Irã seja atacado por Israel fez o preço do óleo cru disparar

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h36.

O mercado foi pego novamente de surpresa pela escalada do petróleo nesta sexta-feira (6/6). Os contratos para entrega futura em julho fecharam a 138,54 dólares por barril na Bolsa de Nova York - um salto de 10,75 dólares, ou 8,41%, sobre o fechamento anterior. Trata-se da maior alta já registrada pelo petróleo em um único dia, de acordo com o jornal americano The New York Times. Em apenas dois dias, o barril aumentou 16 dólares.

O que impulsionou a cotação, nesta sexta, foi o temor crescente de que o Irã seja atacado por Israel - algo que complicaria ainda mais a tumultuada geopolítica do Oriente Médio. O estopim da disparada foi uma declaração do ministro dos Transportes de Israel, Shaul Mofaz, de que um ataque às instalações nucleares do Irã "parece inevitável". O Irã é o segundo maior produtor de petróleo da Opep, e qualquer interrupção na sua produção faz o preço da commodity saltar.

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Outro fator que pressionou as cotações nesta sexta foi um relatório do banco de investimentos americano Morgan Stanley. Assinado pelo analista Ole Slorer, o documento afirma que o petróleo pode bater em 150 dólares por barril até 4 de julho. O motivo da contínua alta seria a forte demanda da Ásia no curto prazo.

A previsão alarmou diversos setores econômicos, que alertaram para o risco de um colapso. As companhias aéreas, por exemplo, já afirmaram que seu modelo de negócios pode ruir, mesmo com o petróleo a 125 dólares. No relatório, Slorer afirma que a Ásia está assumindo "uma participação sem precedentes" no mercado de petróleo. A avaliação de que o petróleo ainda não atingiu seu teto já havia sido apresentada por outro analista, Argun Murti, do Goldman Sachs. Para Murti, é cada vez mais provável que o óleo atinja 200 dólares por barril, antes que o mercado se reestruture.

Bolsa em queda

O Ibovespa, principal indicador a bolsa paulista, encerrou esta sexta com queda de 2%, aos 69.785 pontos. A disparada do petróleo não foi o principal fator de pressão para o recuo. Os papéis da Petrobras, pelo contrário, terminaram o dia em alta. As preferenciais (PETR4) subiram 0,11%, e as ordinárias (PETR3), 0,02%. Em uma sessão de fortes perdas, mesmo esse desempenho na casa dos centésimos colocou os papéis da estatal entre as cinco maiores altas do dia do Ibovespa.

O que pressionou o índice foi o fraco desempenho do mercado de trabalho americano em maio. A taxa de desemprego subiu 0,5 ponto percentual, para 5,5%. Trata-se do maior aumento em 22 anos. Além disso, foram fechados 49.000 postos de trabalho em maio. Foi o quinto mês consecutivo de queda no número de vagas. Os números indicam recessão na maior economia do planeta e também derrubaram o dólar. Diante desse cenário, os investidores buscaram ativos tangíveis, como os metais, e também títulos do Tesouro americano. Parte dos recursos também foi para contratos de petróleo, o que ajudou a catapultar a cotação.

Com informações da Agência Estado.

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