Apesar de a economia global continuar apresentando sinais dos impactos negativos da crise internacional aprofundada em 2008, uma pesquisa da Merrill Lynch com gestores apontou um retorno da confiança e maior apetite ao risco.

Para os analistas, os resultados obtidos demonstram que os investidores acreditam que o pior da crise já passou e as posições extremamente defensivas estão sendo deixadas de lado.

Com tal indicador em seu maior nível nos últimos doze meses, a equipe observou um aumento do peso de investimentos nos mercados emergentes, bem como nos Estados Unidos. Enquanto isso, as apostas na Zona do Euro e no Japão continuam mais baixas. A exposição nos emergentes subiu de 4% para 26%, segundo a pesquisa.

"Os mercados emergentes globais se tornaram o veículo de escolha para os investidores para participar no crescente otimismo econômico. Onde a China lidera, os outros parecem seguir", explicou.

A perspectiva em relação ao desempenho econômico global também apresentou melhoras na análise da Merrill Lynch. Um total de 24% dos investidores acredita que a economia se fortalecerá nos próximos doze meses, com o otimismo retornando gradativamente.

A China é apontada como principal catalisadora desse processo. No entanto, os analistas já observam que a perspectiva positiva referente ao crescimento se espalhou por outras regiões, entre elas o Japão e a Europa.

A Merrill Lynch explicou que o melhor sentimento sobre os bancos e o otimismo do crescimento fez com que os investidores diminuíssem suas apostas nos setores defensivos de serviços públicos e de telecomunicações, por exemplo, e se voltassem aos setores industriais e de tecnologia, que se tornou o preferido ao redor do mundo.

Isso se deve também ao fato de que a perspectiva positiva para a expansão da economia contagiou as expectativas de lucros corporativos. O índice de expectativas globais de crescimento da Merrill Lynch subiu para acima dos 50 pela primeira vez desde 2005, ao contabilizar as projeções para a atividade economia e para os resultados das empresas.

Ainda assim, as estimativas de lucro continuam negativas em 12%, mas mantêm sua recuperação nos últimos seis meses, já que em outubro estavam negativa em 74%.

O indicador que mede o apetite ao risco, por sua vez, subiu de 28 para 35 no último mês. O valor, porém ainda está abaixo da média de 40 observada desde 2002, quando o indicador foi criado.